Dicas de ouro
Confira as orientações da coordenadora de Estágio e Talento do IEL-PR, Lucimara do Nascimento, para garantir êxito com os estágios:
1. Experiência diversa. Procure estagiar em empresas e áreas diferentes durante a faculdade.
2. Foco no final. Nos dois últimos anos do curso, direcione suas escolhas para a área e/ou empresa em que quer seguir carreira.
3. O futuro é seu. Tenha ciência de que é você quem faz a sua experiência e faz com que ela reflita no seu desenvolvimento profissional.
4. Informe-se. Leia bastante e procure entender a dinâmica do mercado e da área em que decidiu atuar. Busque orientação de seus professores.
Toma lá, dá cá
Confira as características que o aluno deve ter para conquistar uma vaga de estágio e o que as empresas devem oferecer para atrais mais candidatos:
O estudante deve...
- ter habilidade para se adaptar às mudanças;
- ter atitude, iniciativa e autoconhecimento;
- estar antenado às exigências do mercado;
- dominar idiomas (inglês, preferencialmente) e Excel;
- estar interessado em se desenvolver.
A empresa deve...
- oferecer oportunidade de desenvolvimento profissional;
- corresponder aos valores buscados pelo estudante;
- garantir benefícios que não se restrinjam à bolsa-auxílio;
- trazer desafios para que o aluno coloque em prova seu conhecimento teórico.
"Acredito que portas foram abertas"
Aniele Nascimento / Gazeta do Povo
Aluno do 10º período de Engenharia Química da UFPR, Carlo Furlanetto Ferrari (foto), 23 anos, voltou recentemente de Cajati (SP), onde estagiou na Fosbrasil durante seis meses deste ano. A empresa, grande produtora de ácido fosfórico purificado, mantém vínculo com a universidade e fez uma seleção entre os alunos. No tempo em que fez o estágio obrigatório, o jovem desenvolveu um projeto que ajudou a empresa a reduzir pela metade o consumo de solvente. "Pude aliar, na prática diária, a estatística de processo à teoria. Fiz contato com engenheiros e pude participar de importantes reuniões como ouvinte." Mesmo encerrada a experiência, Ferrari ainda conversa como se fosse parte da Fosbrasil. "Ainda mantenho contato com minha supervisora. Acredito que portas foram abertas. Talvez pinte uma oportunidade no futuro", afirma.
Em cinco anos, a Lei do Estágio, sancionada em setembro de 2008, trouxe mudanças que extrapolam as regras que regulamentam o trabalho de estudantes em empresas. A legislação parece ter acendido uma luz no caminho dos universitários, que deixaram de enxergar o estágio simplesmente como uma obrigatoriedade e passaram a encarar a atividade como uma oportunidade para enriquecer o currículo. Hoje, muitos jovens procuram experiências diferentes daquelas encontradas em empresas familiares e organizações locais eles estão de olho em multinacionais e vagas em outras cidades e países.
No mesmo ritmo, com seleções mais rigorosas, as empresas passaram a ver nos estudantes a chance de formar profissionais mais capacitados e alinhados com suas diretrizes. "As grandes empresas, com visão de RH, estão preocupadas com a formação. Investem no profissional que irão contratar depois. Hoje, a experiência enriqueceu e os alunos perceberam isso", diz a coordenadora-geral de Estágios da UFPR, Lilian Deisy Franzoni. Algumas das corporações com esse perfil são a Exxonmobil, a CNH, a Votorantim e a Ambev. "A intenção é captar gente boa que vai continuar na companhia. Não queremos alguém que faça apenas processos burocráticos. Na última turma, 87% foram contratados", garante gerente de Recrutamento e Seleção da Ambev, Mariana Engelman.
A estrutura curricular de alguns cursos, como engenharias, Zootecnia e Medicina Veterinária, ainda dá chance para que o estudante atravesse fronteiras para fazer estágio. A médica veterinária recém-formada Jéssica Giordana de Pádua Formigoni, 25 anos, teve a oportunidade de estagiar por dois meses em uma clínica veterinária e em abrigos públicos para animais nos Estados Unidos. Por conta própria, ela fez o estágio curricular no município de Hayward, onde vivenciou uma política pública diferente da encontrada no Brasil. "Aqui não temos abrigos de referência como os de lá. Ainda é uma área que está crescendo em Curitiba. Decidi ir para os EUA para buscar experiência", conta.
E para quem não tem brecha no currículo para ficar um tempo fora, algumas empresas têm investido em programas alternativos. "São os estágios de férias, em que os alunos aproveitam o recesso escolar para ter outras experiências em empresas de outros estados", explica a coordenadora de Estágio e Talento do IEL-PR, Lucimara do Nascimento. Entre as que oferecem esse tipo de oportunidade estão Shell, Itaú, Odebrecht, Itaipu e Volkswagen.
Outra realidade
Apesar dessa tendência, ainda há uma parcela de alunos que ainda vê o estágio de uma forma mais pragmática. Na Universidade Tuiuti do Paraná, por exemplo, a remuneração aparece em primeiro plano para a maioria dos alunos. "Vemos aqui uma corrida pelas melhores bolsas, pelos melhores benefícios. A preocupação não está atrelada ao aprendizado, o que acaba descaracterizando o estágio", comenta a coordenadora de Integração Mercado-Aluno, Maria Elisa Sokoloski.
Variação
As experiências dos universitários nas empresas podem ser classificadas de duas formas: obrigatória e não obrigatória. A primeira faz parte da grade curricular de cursos que exigem o contato com o mercado de trabalho durante a formação. Nesse caso, os cursos podem separar um período para que o estudante se dedique exclusivamente à empresa, com o acompanhamento de um professor orientador. O estágio não obrigatório pode ser considerado como uma atividade complementar e depende do interesse de cada aluno, que busca vagas por conta própria. Para ambos os casos, algumas regras são traçadas pelos cursos, como a formação mínima necessária para ingressar em um estágio.
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