A médica veterinária Jéssica Formigoni foi até os EUA para ter experiência com abrigos públicos para animais.| Foto: César Machado / Gazeta do Povo

Dicas de ouro

Confira as orientações da coordenadora de Estágio e Talento do IEL-PR, Lucimara do Nascimento, para garantir êxito com os estágios:

1. Experiência diversa. Procure estagiar em empresas e áreas diferentes durante a faculdade.

2. Foco no final. Nos dois últimos anos do curso, direcione suas escolhas para a área e/ou empresa em que quer seguir carreira.

3. O futuro é seu. Tenha ciência de que é você quem faz a sua experiência e faz com que ela reflita no seu desenvolvimento profissional.

4. Informe-se. Leia bastante e procure entender a dinâmica do mercado e da área em que decidiu atuar. Busque orientação de seus professores.

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Toma lá, dá cá

Confira as características que o aluno deve ter para conquistar uma vaga de estágio e o que as empresas devem oferecer para atrais mais candidatos:

O estudante deve...

- ter habilidade para se adaptar às mudanças;

- ter atitude, iniciativa e autoconhecimento;

- estar antenado às exigências do mercado;

- dominar idiomas (inglês, preferencialmente) e Excel;

- estar interessado em se desenvolver.

A empresa deve...

- oferecer oportunidade de desenvolvimento profissional;

- corresponder aos valores buscados pelo estudante;

- garantir benefícios que não se restrinjam à bolsa-auxílio;

- trazer desafios para que o aluno coloque em prova seu conhecimento teórico.

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Em cinco anos, a Lei do Estágio, sancionada em setembro de 2008, trouxe mudanças que extrapolam as regras que regulamentam o trabalho de estudantes em empresas. A legislação parece ter acendido uma luz no caminho dos universitários, que deixaram de enxergar o estágio simplesmente como uma obrigatoriedade e passaram a encarar a atividade como uma oportunidade para enriquecer o currículo. Hoje, muitos jovens procuram experiências diferentes daquelas encontradas em empresas familiares e organizações locais — eles estão de olho em multinacionais e vagas em outras cidades e países.

No mesmo ritmo, com seleções mais rigorosas, as empresas passaram a ver nos estudantes a chance de formar profissionais mais capacitados e alinhados com suas diretrizes. "As grandes empresas, com visão de RH, estão preocupadas com a formação. Investem no profissional que irão contratar depois. Hoje, a experiência enriqueceu e os alunos perceberam isso", diz a coordenadora-geral de Estágios da UFPR, Lilian Deisy Franzoni. Algumas das corporações com esse perfil são a Exxonmobil, a CNH, a Votorantim e a Ambev. "A intenção é captar gente boa que vai continuar na companhia. Não queremos alguém que faça apenas processos burocráticos. Na última turma, 87% foram contratados", garante gerente de Recrutamento e Seleção da Ambev, Mariana Engelman.

A estrutura curricular de alguns cursos, como engenharias, Zootecnia e Medicina Veterinária, ainda dá chance para que o estudante atravesse fronteiras para fazer estágio. A médica veterinária recém-formada Jéssica Giordana de Pádua Formigoni, 25 anos, teve a oportunidade de estagiar por dois meses em uma clínica veterinária e em abrigos públicos para animais nos Estados Unidos. Por conta própria, ela fez o estágio curricular no município de Hayward, onde vivenciou uma política pública diferente da encontrada no Brasil. "Aqui não temos abrigos de referência como os de lá. Ainda é uma área que está crescendo em Curitiba. Decidi ir para os EUA para buscar experiência", conta.

E para quem não tem brecha no currículo para ficar um tempo fora, algumas empresas têm investido em programas alternativos. "São os estágios de férias, em que os alunos aproveitam o recesso escolar para ter outras experiências em empresas de outros estados", explica a coordenadora de Estágio e Talento do IEL-PR, Lucimara do Nascimento. Entre as que oferecem esse tipo de oportunidade estão Shell, Itaú, Odebrecht, Itaipu e Volkswagen.

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Outra realidade

Apesar dessa tendência, ainda há uma parcela de alunos que ainda vê o estágio de uma forma mais pragmática. Na Universidade Tuiuti do Paraná, por exemplo, a remuneração aparece em primeiro plano para a maioria dos alunos. "Vemos aqui uma corrida pelas melhores bolsas, pelos melhores benefícios. A preocupação não está atrelada ao aprendizado, o que acaba descaracterizando o estágio", comenta a coordenadora de Integração Mercado-Aluno, Maria Elisa Sokoloski.

Variação

As experiências dos universitários nas empresas podem ser classificadas de duas formas: obrigatória e não obrigatória. A primeira faz parte da grade curricular de cursos que exigem o contato com o mercado de trabalho durante a formação. Nesse caso, os cursos podem separar um período para que o estudante se dedique exclusivamente à empresa, com o acompanhamento de um professor orientador. O estágio não obrigatório pode ser considerado como uma atividade complementar e depende do interesse de cada aluno, que busca vagas por conta própria. Para ambos os casos, algumas regras são traçadas pelos cursos, como a formação mínima necessária para ingressar em um estágio.