Com dois meses de paralisação dos servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e com o desenho de uma greve dos professores da instituição, os estudantes encaram dificuldades. O adiamento do ano letivo pela terceira vez nesta sexta-feira (12) fez os alunos se preocuparem. As aulas estão previstas para começar no dia 22 de agosto, com exames finais marcados para janeiro de 2012.
A estudante de Direito Fernanda Ferronato concorda que o movimento grevista dos servidores e até a possível paralisação dos professores são legítimos, mas têm problemas com o projeto de extensão do qual participa. Os trabalhos estão parados porque, segundo a aluna, as atividades dependem de serviços que não estão disponíveis por causa da greve. "Com esse prolongamento da paralisação não temos como cumprir nossas obrigações com pessoas da sociedade com quem trabalhamos no projeto".
Segundo a aluna, o nome da UFPR e dos estudantes que participam do projeto caem em descrédito pois as responsabilidades não são cumpridas.
Bolsas
O aluno de mestrado em Comunicação da UFPR Lucas Gandin teme, por conta das paralisações, que a bolsa mensal que recebe seja suspensa. O estudante recebe bolsa paga pelo Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni).
Gandin explica que, para receber mensalmente o dinheiro, ele precisa apresentar diversos relatórios, que dependem da assinatura de professores e do trabalho de servidores técnico-administrativos. "Os documentos passam por vários setores da Universidade e com a greve alguma instância pode tornar o processo mais demorado e atrasar os pagamentos".
Gandin participa de um programa em que recebe a bolsa em dedicação exclusiva, ou seja, não pode ter vínculos empregatícios. "Dependo disso para me sustentar. Se eu fizer algum trabalho, perco minha bolsa", explica. O estudante não é contrário à greve, mas diz que "a partir do momento em que ela mexe com a dignidade da pessoa, como falta de uma bolsa, o movimento se mostra exagerado".
Segundo a assessoria de imprensa da universidade, todas as bolsas continuam com pagamentos em dia e a instituição não trabalha com a possibilidade de interrupção por conta dos movimentos grevistas. Atualmente a UFPR fornece 4,4 mil bolsas para alunos de graduação e outras 2 mil para estudantes de pós-graduação, nos cursos de mestrado e doutorado.
Quanto aos projetos de extensão, a assessoria da universidade diz que a continuidade desses trabalhos depende da aprovação ou não do conselho de ética do movimento grevista. A UFPR, segundo a assessoria, não pode desrespeitar o movimento e exigir que os servidores atendam às necessidades dos projetos de extensão prejudicados com a paralisação.
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