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VESTUÁRIO

Estudo traça novo padrão para numeração de roupas no Brasil

Pesquisadores do Senai-RJ e o body scanner, em Curitiba: levantamento deve ficar pronto em dezembro | André Rodrigues/ Gazeta do Povo
Pesquisadores do Senai-RJ e o body scanner, em Curitiba: levantamento deve ficar pronto em dezembro (Foto: André Rodrigues/ Gazeta do Povo)

O voluntário responde um questionário e entra em uma câmara escura para ter o contorno corporal mapeado. Em 60 segundos, o body scanner registra, em centímetros, cem medidas do corpo ali presente. Esse ritual, que precisa ser feito com 200 moradores de Curitiba até hoje, vai compor um estudo que tentará ajudar a reduzir um problema discutido há 20 anos no país: a falta de referências de tamanho para o consumidor que compra roupas. A ação, do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) do Rio de Janeiro, vem sendo feito em diversas regiões do país desde 2011.

Utilidade

A ideia é que o levantamento com 10 mil voluntários, que deve ficar pronto em dezembro, seja usado por diversas indústrias, da automobilística à moveleira. Mas é no setor de vestuário que pode haver mais avanços. O estudo do Senai será um primeiro passo para que sejam criadas normas de referência que substituam as tabelas estrangeiras usadas pela indústria há décadas.

A falta de referência prejudica o consumidor, que até hoje não consegue ter certeza de que veste 38 ou 42, e tem de usar jeans com medidas americanas e lingeries feitas para francesas. O problema já rendeu até filme.

"É um trabalho de formiguinha. Estamos partindo do zero", resume Flávio Sabrá, gerente de inovação do Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil do Senai-RJ. Nesses anos, os pesquisadores enfrentaram obstáculos que atrasaram a conclusão – de equipamentos parados em alfândegas estaduais a falta de voluntários. Nos seis dias em Curitiba, por exemplo, a estimativa é de que pouco mais da metade da meta de medições seja cumprida. Em Maringá, próximo alvo dos pesquisadores, o objetivo é medir pelo menos 140 pessoas.

Adesão

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) lidera a criação de normas técnicas, levando o tema à indústria e ao varejo. A adesão, no entanto, é voluntária. Os setores hoje precisam seguir outras duas regras: a que trata de etiquetas e a portaria 166, de 2011, sobre informações essenciais que devem ser prestadas ao consumidor, ambas do Inmetro. O órgão fiscalizador, porém, não comenta o debate.

A ABNT já lançou normas para os vestuários masculino e infantil (a CB17), que se baseou em parte no levantamento do Senai. A para bebês e pré-adolescentes é de 2009; a para homens, de 2013. Em meados de 2015 devem ser lançadas normas para corpos femininos e plus size (acima do tamanho 52, em média).

Voluntários

Hoje é o último dia para se voluntariar para o estudo do Senai-RJ em Curitiba. É preciso comparecer entre 13h30 e 21 horas na sala 100 do Campus da Indústria (na Fiep, no bairro Jardim Botânico). O levantamento dura 15 minutos e exige o uso de roupa especial descartável. Em Maringá, o estudo ocorrerá entre os dias 26 e 29.

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