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Alunos do curso de Letras protestam contra o fechamento de duas licenciaturas na PUCPR. | Caroline Milanezi
Alunos do curso de Letras protestam contra o fechamento de duas licenciaturas na PUCPR.| Foto: Caroline Milanezi

PUCPR dará condições para que todos concluam o curso, diz vice-reitor

Nesta terça-feira (20), o vice-reitor da PUCPR, professor Paulo Mussi, concedeu entrevista à Gazeta do Povo para esclarecer o impasse envolvendo o fechamento de novas vagas nas licenciaturas em Letras Português e Letras Português/Espanhol. Mussi, ressaltou que os estudantes atualmente matriculados não serão afetados pela medida. "Todos os alunos terão seus direitos garantidos. Vamos oferecer a eles formas de concluir seus cursos", afirmou o vice-reitor.

Mussi apontou como alternativa aos alunos que ficarem em dependência ou tiverem de trancar o curso, a abertura de turmas exclusivas com as disciplinas necessárias à conclusão da grade curricular.

Sobre os motivos para a não abertura de novas vagas, o vice-reitor reforçou que o fator determinante foi a baixa demanda. Segundo ele, os dois cursos estão em queda de procura contínua desde 2007. De acordo com Mussi, a licenciatura em Letras Português/Espanhol, por exemplo, iniciou 2012 com apenas 18 alunos. No segundo ano teriam permanecido somente 14. "Realmente a demanda é muito baixa e a universidade precisa estar em sintonia com aquilo que a sociedade busca", afirma. O professor também nega que a decisão contradiga o perfil filantrópico da PUCPR. "A medida não afeta a fidelidade aos nossos princípios", diz.O vice-reitor disse ainda que há possibilidade de reabertura de vagas em vestibulares futuros, mas, para isso, é indispensável que haja aumento na procura. Segundo Mussi, para o próximo ano letivo, a decisão não será revertida.

Manifestações

A respeito da reação da Reitoria diante dos protestos, Mussi diz que a instituição mantém todos os canais de manifestação em aberto, mas pede para que o diálogo se dê por meios formais. Ele nega que tenha partido da instituição qualquer ordem aos professores para que não aparecessem em vídeos ou fotos de manifestações. (JDL)

  • Alunos dos cursos de Letras tentam engajar outras licenciaturas em protesto desta segunda-feira (19).

O anúncio do fechamento de dois cursos de licenciatura na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) deu início a uma série de protestos por parte dos alunos. Na semana passada, a PUCPR informou às coordenações dos cursos de Letras Português e Letras Português/Espanhol que não seriam abertas vagas para esses dois cursos no próximo vestibular de verão. Os estudantes afirmam que serão prejudicados, reclamam da falta de diálogo por parte da Reitoria e acusam a universidade de contradição, por não seguir os princípios que prega.

Protestos

A primeira manifestação ocorreu na quarta-feira passada (14), quando alunos e professores dos cursos de Letras saíram em passeata pela universidade. "Andamos de bloco em bloco, com cartazes e apitos, protestando contra essa ação, que nem justificada foi", diz a aluna Caroline Milanezi. Segundo conta, embora a manifestação tenha sido pacífica, os seguranças de alguns blocos impediram os alunos de entrar. De acordo com a aluna, o ato teria reunido em torno de 300 pessoas. Um vídeo foi postado no YouTube.

Segundo Caroline, embora a universidade garanta que os atuais alunos completarão seu curso, aqueles que trancaram suas matrículas ou pegaram dependências não teriam como cursar as disciplinas dos primeiros períodos. "Esse pessoal perdeu tempo e dinheiro", lamenta.

A estudante informa ainda que, primeiramente, os professores do curso aderiram aos protestos, mas após a repercussão do primeiro ato os docentes foram proibidos pela universidade de aparecerem em vídeos e fotos, limitando-se a emitirem opiniões oralmente. A reportagem tentou contato com alguns dos professores, mas eles se recusaram a dar entrevistas.

Outras manifestações ocorreram na quinta e sexta-feira. Nesta segunda-feira (19), o centro acadêmico do curso de Letras realizou uma assembleia geral com os estudantes. Um carro de som foi providenciado pelos manifestantes para dar visibilidade ao movimento.

Contradição

Embora os possíveis problemas práticos relacionados à grade curricular sejam citados pelos alunos, é a justificativa da universidade que tem incomodado mais os manifestantes. Segundo o estudante Tiago de Matos de Oliveira, representante do centro acadêmico, o motivo do fechamento é apenas comercial. "Alegaram que há pouca procura pelos cursos, mas ninguém acredita nisso já que todos os anos esse curso enche pelo menos duas salas", diz.

Segundo Oliveira, em um encontro ocorrido na semana passada entre os manifestantes e representantes da universidade, a PUCPR alegou que a medida é consequência de uma determinação do MEC, exigindo que as bolsas fossem distribuídas igualmente entre todos os cursos. Assim, a universidade não poderia direcionar um número maior de bolsas aos cursos de licenciatura, como fazia até então. "Estão visando só o retorno financeiro. A PUCPR perdeu aquela visão marista de educação", lamenta.

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