A Assembleia Legislativa do Paraná deve aprovar na terça-feira (21) a proposta de reajuste salarial de 31,73% prometida aos professores das universidades estaduais, que será aplicado em parcelas até 2015. Para isso, a base do governo na Casa vai usar todas as manobras regimentais possíveis para garantir a sanção do projeto ainda nesta semana, como forma de tentar evitar a prorrogação da greve da categoria.
Em 21 de março deste ano, depois de um ano de negociações com a categoria e vários protestos dos professores, o governo prometeu enviar ao Legislativo até o dia 1.º de maio um projeto de lei que equiparasse o piso salarial de um professor universitário ao de um técnico de nível superior das universidades estaduais.
A promessa não foi cumprida na data prevista e, para justificar a omissão, o governo afirmou que precisava equacionar as contas para não ultrapassar o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O Tribunal de Contas do Estado apontou que o governo extrapolou o limite neste ano. A argumentação, no entanto, não foi aceita pelos docentes como desculpa para o atraso.
Nesta segunda-feira (20), o projeto do reajuste finalmente foi lido no plenário da Assembleia. Pela proposta, a equiparação dos vencimentos de professores e técnicos será feita em quatro anos, de outubro de 2012 a 2015, em parcelas de 7,14%. E, para garantir que a aprovação seja realizada o mais rapidamente possível, haverá sessões extraordinárias ao longo do dia, a fim de apreciar a matéria em todas as votações necessárias. Além disso, eventuais emendas ao texto serão analisadas na hora, sem ser preciso o retorno às comissões temáticas.
Representantes dos sindicatos dos docentes das universidades estaduais de Ponta Grossa (UEPG), Maringá (UEM), Oeste (Unioeste) e do Centro-Oeste (Unicentro) estiveram em reuniões com a liderança do governo na Assembleia e com o chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Sebastiani, para pedir a celeridade na aprovação e sanção do texto. Porém, a decisão pela greve permanecerá até a realização de novas assembleias com os professores. Se houver paralisação, cerca de 100 mil alunos serão prejudicados.
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