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Alunos, professores e servidores se manifestaram ontem, no centro de Curitiba, contra o fim da paralisação na UFPR | Antonio More/Gazeta do Povo
Alunos, professores e servidores se manifestaram ontem, no centro de Curitiba, contra o fim da paralisação na UFPR| Foto: Antonio More/Gazeta do Povo

Reivindicações

Veja o que querem os três setores em greve:

Servidores

- Pauta nacional – reajuste do piso para R$ 1,6 mil e aumento de 5% a cada 18 meses trabalhados.

- Situação – o governo federal não fez contraproposta. A CUT intermedeia a negociação.

- Pauta local – jornada de 30 horas e melhorias de condições de trabalho.

- Situação – A Reitoria propôs atender a várias das exigências e criar grupos de discussão com prazo de encaminhamento das medidas.

Docentes

- Pauta nacional – reajuste do piso categoria com aumento de 50%.

- Situação – ontem o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior acatou a proposta do governo federal de um reajuste de 4%.

- Pauta local – automatização dos processos de progresso em carreira, melhoria das condições de trabalho e diminuição do número de alunos e de horas em sala.

- Situação: apenas a automatização de carreira foi tratado de maneira suficiente, segundo os professores.

Alunos

- Principais propostas – mais moradias estudantis e bolsas, abertura dos Restaurantes Universitários todos os dias e oferta de café da manhã.

- Situação – o DCE disse que a universidade não deu parecer.

A expectativa de que a greves de servidores, docentes e estudantes da Universidade Federal do Paraná (UFPR) pudesse chegar ao fim nesta semana acabou frustrada. E culminou ontem com uma manifestação a favor da continuidade da paralisação. O evento foi promovido pelas três categorias em Curitiba, após uma série de desentendimentos com a Reitoria da universidade nos últimos dias.

Todos os movimentos grevistas rejeitam a ideia de que as aulas voltem antes do dia 5 de setembro – e fazem indicações inclusive de que existe grande possibilidade de ela se arrastar além desta data.

Tanto os funcionários, quan­­­­to os professores têm reivindicações locais, que são discutidas diretamente com a UFPR, assim como exigências nacionais, negociadas pelos sindicatos e associações dos setores em todo o país frente ao governo federal. Nos últimos dias, quando uma das frentes de negociação parecia avançar para o fim da greve, a outra, por algum motivo, travava.

Foi o que ocorreu com uma proposta apresentada pela reitoria aos servidores da universidade. De acordo com o presidente do Sindicato dos Traba­­lhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Cu­­ri­tiba, Região Metropolitana e Litoral do Estado do Paraná (Sinditest), Wilson Messias, boa parte das exigências locais haviam sido "bem encaminhadas" pela UFPR, o que poderia deixar a universidade e os servidores próximos de um acordo. No entanto, o movimento nacional de greve dos servidores, que tem como principal bandeira o reajuste salarial da categoria, não avançou nas discussões com o governo federal, o que inviabilizou o fim das paralisações.

Com relação à situação dos professores, aconteceu o contrário. O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) aceitou o reajuste de 4% proposto pelo governo federal e pôs fim à greve nacional da categoria na noite de ontem.

Porém, mesmo com o cenário nacional resolvido, a Asso­­ciação dos Professores da UFPR garante que irá seguir em paralisação, uma vez que as ne­­gociações com a universidade não vêm atendendo às exigências da categoria localmente. Uma nova assembleia está marcada para a próxima terça-feira, quando deverão decidir os próximos rumos do movimento.

Retomada do calendário

Se o diálogo entre universidade e grevistas já estava complicado, a situação ficou ainda pior na última quarta-feira, quando o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da UFPR decidiu pela retomada do calendário acadêmico na próxima segunda-feira, mesmo sem a suspensão das greves. Todos os movimentos repudiaram essa posição.

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