A expectativa de que a greves de servidores, docentes e estudantes da Universidade Federal do Paraná (UFPR) pudesse chegar ao fim nesta semana acabou frustrada. E culminou ontem com uma manifestação a favor da continuidade da paralisação. O evento foi promovido pelas três categorias em Curitiba, após uma série de desentendimentos com a Reitoria da universidade nos últimos dias.
Todos os movimentos grevistas rejeitam a ideia de que as aulas voltem antes do dia 5 de setembro e fazem indicações inclusive de que existe grande possibilidade de ela se arrastar além desta data.
Tanto os funcionários, quanto os professores têm reivindicações locais, que são discutidas diretamente com a UFPR, assim como exigências nacionais, negociadas pelos sindicatos e associações dos setores em todo o país frente ao governo federal. Nos últimos dias, quando uma das frentes de negociação parecia avançar para o fim da greve, a outra, por algum motivo, travava.
Foi o que ocorreu com uma proposta apresentada pela reitoria aos servidores da universidade. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral do Estado do Paraná (Sinditest), Wilson Messias, boa parte das exigências locais haviam sido "bem encaminhadas" pela UFPR, o que poderia deixar a universidade e os servidores próximos de um acordo. No entanto, o movimento nacional de greve dos servidores, que tem como principal bandeira o reajuste salarial da categoria, não avançou nas discussões com o governo federal, o que inviabilizou o fim das paralisações.
Com relação à situação dos professores, aconteceu o contrário. O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) aceitou o reajuste de 4% proposto pelo governo federal e pôs fim à greve nacional da categoria na noite de ontem.
Porém, mesmo com o cenário nacional resolvido, a Associação dos Professores da UFPR garante que irá seguir em paralisação, uma vez que as negociações com a universidade não vêm atendendo às exigências da categoria localmente. Uma nova assembleia está marcada para a próxima terça-feira, quando deverão decidir os próximos rumos do movimento.
Retomada do calendário
Se o diálogo entre universidade e grevistas já estava complicado, a situação ficou ainda pior na última quarta-feira, quando o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da UFPR decidiu pela retomada do calendário acadêmico na próxima segunda-feira, mesmo sem a suspensão das greves. Todos os movimentos repudiaram essa posição.