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Cassiano Mariani foi estudar Medicina em Buenos Aires e está satisfeito com a formação que está tendo | Arquivo pessoal
Cassiano Mariani foi estudar Medicina em Buenos Aires e está satisfeito com a formação que está tendo| Foto: Arquivo pessoal

Tirando a graduação da bagagem

Saiba o que é preciso para revalidar o diploma obtido em uma graduação estrangeira no Brasil:

> É preciso procurar uma universidade pública brasileira que tenha um curso igual ou similar. Os cursos brasileiros podem ser consultados em http://emec.mec.gov.br/

> Deve-se preencher um requerimento – conforme os prazos da instituição – e apresentar cópias do diploma estrangeiro e de documentos da instituição de origem, como duração e currículo do curso, conteúdo programático, bibliografia e histórico escolar.

> Os documentos serão analisados por uma comissão que, se julgar necessário, pode pedir para que seja feita uma prova ou se curse outras disciplinas no Brasil.

> A taxa cobrada pelo processo varia de acordo com a instituição. Não existe nenhum acordo de reconhecimento automático de diplomas.

> O prazo para a universidade brasileira dar uma resposta é de seis meses a partir da entrega da documentação.

> Fonte: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12405&Itemid=694

É bom saber

Esteja atento às dicas para aproveitar a viagem:

> Verifique a grade de disciplinas que o curso oferece e compare com as opções brasileiras.

> Converse com alguém que já tenha feito o curso e pergunte sobre o processo de revalidação.

> Língua. É bom ter pelo menos o nível intermediário, mas algumas instituições pedem certificados, principalmente em inglês. (Lelts para Inglaterra e Toefl para os EUA).

> Economize. Manter-se em outro país exige gastos extras, por isso é bom se planejar, começar a poupar com antecedência e fazer a conversão monetária quando for necessário.

> Fique atento à documentação. Para passar longos períodos, a maioria dos países exige um visto especial.

  • Mariana Niederheitmann vai ficar um ano na França como parte de uma graduação-sanduíche

Escolher em qual instituição de ensino fazer a graduação é uma decisão importante e o leque de possibilidades aumenta cada vez mais. "Apesar de não existirem dados oficiais, é possível notar um crescimento no número de brasileiros que procuram faculdades estrangeiras em relação à década passada", diz Cezar Tegon, diretor de novos projetos da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH). Segundo ele, os principais motivos dessa procura são a excelência no ensino e os bons preços oferecidos lá fora.

Em busca de um curso de Medicina financeiramente viável, Cassiano Mariani encontrou na Argentina a oportunidade que queria. Em Buenos Aires, a média das mensalidades é de R$ 800, enquanto o valor pode chegar a R$ 5 mil no Brasil. Ele começou o curso no Instituto Universitario de Ciencias de la Salud Fundación Hector A. Barceló em 2009 e está satisfeito. "A Argentina tem dois prêmios Nobel de Medicina", orgulha-se.

Outra facilidade é o ingresso, sem vestibular. Todos os inscritos têm vaga garantida para o primeiro ano de curso – uma espécie de preparatório – e quem consegue atingir a média necessária continua a graduação.

Para garantir todos os trâmites legais referentes à mudança, Mariani recorreu a uma empresa especializada, como a maioria dos jovens na mesma situação. "Só a nossa empresa atende em média 1,2 mil jovens por ano", diz Kleber Rezende, diretor-geral da Vive en Buenos Aires. A empresa é credenciada pelo governo argentino e tem parceria com o consulado, o que facilita a obtenção do visto e documentação. Também ajuda a encontrar moradia e oferece aulas de Espanhol. De acordo com Rezende, os cursos mais procurados por lá são das áreas de saúde e de exatas.

Rússia

A Rússia é outra opção para quem busca curso de Medicina. A Universidade Médica Estatal de Kursk – a 500 quilômetros de Moscou – receberá 20 brasileiros em março de 2012. O curso é ministrado em inglês e os custos giram em torno de R$ 7 mil por ano, valor referente à moradia.

Também não existe vestibular. "Escolhemos os estudantes com base na proficiência em inglês, histórico escolar e perfil para o desafio", diz Carolina Perecini, diretora da Aliança Russa, responsável pela seleção dos alunos. Segundo Carolina, a maior dificuldade de quem vai é dar conta de morar sozinho e estudar em um sistema de ensino mais rigoroso, que tem provas todo dia e não permite faltas. Mas, de acordo com a diretora, o esforço compensa. "Os alunos aprendem a falar russo e saem prontos para trabalhar em qualquer país europeu, pois a Rússia faz parte do Diploma Único de Estudos Superiores da Europa."

Contudo, antes de fazer as malas, é preciso ponderar se o esforço vale a pena. "Se a intenção é voltar, é preciso tomar cuidado, pois o processo de revalidação do diploma [veja abaixo] pode não dar certo ou demorar muito", afirma Tegon, que diz conhecer casos de profissionais que levaram até três anos para poder exercer a profissão no Brasil.

Sem perder o vínculo com o Brasil

Para quem quer enriquecer o currículo com o nome de uma universidade estrangeira, mas não está disposto a encarar os desafios de uma graduação completa fora do Brasil, a melhor alternativa é fazer um intercâmbio durante a faculdade. "É o ideal, pois o estudante agrega a experiência de morar fora sem perder o vínculo com o Brasil", opina Cezar Tegon, da ABRH.

A estudante de Agronomia da UFPR Mariana Niederheitmann já está três meses em Rennes, na França, onde passará um ano estudando na Universidade Agrocampus Ouest. O intercâmbio é uma iniciativa da Capes, que possui um Programa de Cooperação Franco-Brasileira com universidades parceiras.

O período no exterior vai atrasar a formatura em um ano, mas, para a estudante, vale a pena. "O aprendizado e o desafio de tornar-se fluente na língua aperfeiçoam competências como inteligência emocional, responsabilidade social e visão abrangente. Posso sentir os benefícios a cada nova situação aqui", diz a estudante, que saiu do Brasil com nível intermediário em Francês.

Esse é o caminho que a estudante de Engenharia Química da UFPR Leticia Vitola Pasetto pretende seguir. Para isso, ela procura garantir boas notas na faculdade e se dedicou durante dois anos a estudar Francês. O processo de seleção leva em conta o rendimento acadêmico, currículo, proficiência na língua e entrevista com os coordenadores do programa na UFPR. Para ela só falta a última etapa. "A área de tecnologia de ponta é muito desenvolvida na França e existem muitas multinacionais no Brasil. Estudar lá vai trazer vantagens futuramente."

>>> Que vantagens você vê em fazer uma graduação em outro país?

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