Até 2015, R$ 73 milhões serão investidos em universidades paranaenses. O montante faz parte de um convênio anunciado ontem entre a Fundação Araucária órgão estadual de fomento à pesquisa e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Os três primeiros editais do acordo serão abertos na próxima segunda-feira, dia 25, e destinam-se à compra e à manutenção de equipamentos e à criação de 200 bolsas de pós-graduação 80 de mestrado, 60 de doutorado e 60 de pós-doutorado.
Os recursos 35% da fundação e 65% da Capes serão investidos durante três anos e o convênio tem duração de 60 meses. De acordo com o secretário estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Alípio Leal, desde 2005, esta é a primeira vez que universidades do Paraná recebem recursos da Capes por meio da fundação.
"A proposta feita para a Capes foi aceita também em função da contrapartida que propomos, o que mostra que a nossa intenção é fazer investimento e não apenas absorver recursos em uma mão única", afirma. O investimento deve ser empregado em todas as áreas do conhecimento.
Conforme o convênio, a Fundação Araucária deve complementar o valor das bolsas da Capes. Assim, o valor pago a alunos de mestrado passa de R$ 1.350 para R$ 1.650, de R$ 2 mil para R$ 2,5 mil a doutorandos e de R$ 3,3 mil para R$ 5 mil a estudantes de pós-doutorados. "A contrapartida do Paraná é louvável, não só pelo recurso, mas por mostrar que há o entendimento da importância da educação, da ciência e tecnologia e da inovação por parte do estado", afirma o coordenador da Capes, Manoel Cardoso.
Pesquisa no estado
Segundo o presidente da Fundação Araucária, Paulo Brofman, o valor do convênio recém-assinado representa a metade da demanda que o estado tem para recursos em pesquisa. Segundo ele, R$ 150 milhões seriam suficientes para contemplar os projetos apresentados. Neste ano, a fundação deve lançar 29 chamadas públicas, o que deve significar mais de 5 mil projetos. "A ciência e a tecnologia são ávidas por recursos e merecem mais recursos. Teremos o máximo de empenho para que todos os acordos sejam cumpridos pela coletividade acadêmica do nosso estado", diz.
A retomada das negociações entre Capes e fundação aconteceu no fim do ano passado, segundo Cardoso. "O trabalho foi construído a partir de uma provocação do Paulo [Brofman], que apresentou à Capes uma radiografia muito completa da situação da pós-graduação no Paraná. Ela está bem, mas poderia estar melhor, o que vai acontecer agora com esses recursos", disse.