O Calendário Acadêmico do curso de Medicina da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), que se iniciaria no próximo dia 16, foi suspenso nesta sexta-feira (5) por tempo indeterminado. O motivo: a morosidade do Governo do Estado em contratar e nomear docentes que haviam sido aprovados, respectivamente, em um Teste Seletivo, ocorrido neste ano, e em dois concursos públicos realizados em 2010 e 2011. A decisão foi tomada pela Pró-Reitoria de Graduação, em conjunto com o Departamento e a Coordenação do curso, por meio da emissão de uma Ordem de Serviço (n.º 82/2013) que determinou a paralisação.

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No total, são 42 professores não nomeados que precisam se juntar ao quadro atual de 37 docentes. De acordo com a pró-reitora de Graduação, professora Graciete Tozetto Goes, o Teste Seletivo foi realizado para a contratação de professores temporários, e os dois concursos, para professores efetivos. A contratação estava prevista desde 2009, quando o curso voltou a ser oferecido pela instituição, após seis anos suspenso pelo Ministério da Educação (MEC), por falta de verbas.

A professora explicou que, quando o curso foi restabelecido, era prevista a contratação gradativa de professores porque quando a primeira turma, que entrou em 2009, chegasse ao 5.º ano e iniciasse o regime de Internato (estágio obrigatório realizado em hospital nos últimos anos, em geral no 5.º e 6.º), seria necessário deslocar professores para acompanhá-los nas disciplinas práticas.

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"No Internato, o aluno fica três meses cursando uma especialidade de cada vez, como Pediatria, Ginecologia e Clínica Médica. Como não haveria professores suficientes para dar conta de todos os anos, optamos por suspender as aulas de todos, para evitar que uma turma inicie as aulas e outra fique atrasada", diz a pró-reitora. O calendário do curso é diferente dos demais, e começa em julho. Segundo a UEPG, quando o problema for solucionado pelo governo estadual, será proposto um novo calendário e todas as aulas serão repostas.

Futuro Quando o atual 5.º ano passar para o sexto, a situação pode continuar preocupante, pois novo concurso deverá ser realizado para aumentar novamente o quadro de funcionários. O cronograma de contratações gradativas, elaborado em 2009, afirma que, em 2014, ao final dos seis primeiros anos do curso, o Departamento de Medicina deve contar com 94 professores efetivos.

Outro lado

A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) para se informar sobre quando o problema deverá ser solucionado, mas, de acordo com a assessoria de imprensa do órgão, o secretário Alípio Santos Leal Neto está em viagem a Foz do Iguaçu e não pode falar com a imprensa no momento. A assessoria afirmou que também não se posicionará sobre o assunto até o retorno do secretário.