Os professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) não aprovaram a proposta de reajuste salarial apresentada pelo Ministério do Planejamento e podem iniciar a greve no próximo dia 19, uma sexta-feira. Em reunião da Associação dos Professores da Universidade (Apufpr), realizada na tarde desta quinta-feira (11), os docentes votaram, por unanimidade, pela rejeição da proposta do MP.

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Na próxima terça-feira (16), os professores farão uma votação para dar início ou não à paralisação da categoria. Se aprovada, a greve começa no dia 19, em função do cumprimento de uma lei que determina que o movimento grevista informe com 72 horas de antecedência sobre a decisão ao governo.

De acordo com a assessoria de imprensa do sindicato, cerca de 170 docentes estiveram presentes na reunião e rejeitaram a proposta. No próximo sábado (13), as seções sindicais das universidades federais do Brasil farão um encontro em Brasília para analisar as decisões de encontros realizados em cada estado do País nesta quinta-feira.

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Na reunião da Apufpr, os docentes analisaram a proposta de reajuste salarial apresentada pelo Ministério do Planejamento que propõe mudanças na folha de pagamento dos professores. Atualmente a categoria possui, além do salário base, duas gratificações. O MP sugere que uma delas seja incorporada ao vencimento.

Segundo o secretário geral da Apufpr, Rogério Miranda Gomes, a proposta foi rejeitada por "não acrescentar melhorias salariais ou trabalhistas dos professores". Gomes disse que, "se o quadro não mudar até a próxima segunda-feira (15), quando haverá uma nova reunião da categoria com representantes do governo, o caminho será o início da greve".

O presidente da Apufpr, Luis Allan Künzle, disse que a tendência é que a categoria inicie a paralisação com o encontro de terça-feira. "Pelo histórico das últimas duas assembleias da Associação dos Professores, que já sinalizavam para a rejeição de propostas do governo federal, a tendência é para o início da greve".

Künzle já havia dito em reportagem da Gazeta do Povo que a proposta do MP era "tímida" e que traria poucos benefícios aos professores. A sugestão do Ministério, segundo o presidente da Apufpr, aumentaria apenas os vencimentos dos professores que exercem a profissão desde 1998. Essa parcela recebe um aumento salarial de 1% ao ano. "Essa ampliação não abrange a totalidade dos professores e mesmo para quem receber será uma diferença pequena".

A última paralisação das atividades dos docentes da Universidade ocorreu em 2001 e teve duração de 90 dias, segundo Künzle.

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Servidores em greve

A UFPR já enfrenta paralisação em diversas atividades por conta da greve nacional dos servidores técnico-administrativos, desde junho de 2011. O retorno das aulas havia sido adiado para a próxima segunda-feira (15).

Em reunião realizada na quarta-feira (10) entre os reitores das instituições federais de ensino superior e o ministro da Educação, Fernando Haddad, de acordo com a assessoria da Universidade o reitor da Zaki Akel Sobrinho apresentou a ata do Conselho Universitário (Coun) em que reconhece como legítima a paralisação dos servidores. O reitor também pediu que a negociação com a categoria fosse rápida.

Ainda segundo a assessoria da UFPR, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da instituição (Cepe-UFPR) fará um encontro na sexta-feira (12) para decidir sobre o retorno do ano letivo, que já foi adiado por duas vezes. Na última reunião do Cepe, ficou decidido que as aulas seriam retomadas na próxima segunda-feira (15). Como os servidores permanecem em greve, os alunos da Universidade podem voltar a ter aulas somente no dia 22 de agosto, se assim o Conselho decidir.