Em greve, os servidores técnico-administrativos de instituições federais de ensino no Paraná realizaram, na manhã desta terça-feira (31), uma manifestação em frente à Universidade Federal do Paraná (UFPR), na Praça Santos Andrade, no Centro de Curitiba. Os manifestantes envolveram o prédio histórico com um plástico preto, simbolizando a "falta de perspectiva da educação pública". O ato marcou a radicalização da postura da categoria, que ameaça prolongar a greve, até comprometer a realização dos vestibulares.
"A paralisação continua e vamos radicalizar as ações, colocando em xeque a realização do vestibular. Pode haver, inclusive, o cancelamento do semestre", disse o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público (Sinditest), Guiliano Monn.
De acordo com Sinditest, a manifestação desta terça-feira tem o objetivo de dar visibilidade à greve. "O governo não abriu negociação conosco. Até chamou os professores para negociar, mas com os servidores ainda não houve nenhum aceno", afirmou Monn.
O reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Zaki Akel Sobrinho, aguarda o desfecho de uma reunião entre o governo federal, reitores e representantes das categorias em greve marcada para esta quarta-feira (01), em Brasília para avaliar os reais impactos das ameaças do movimento grevista. "O vestibular afeta milhares de pessoas. Acho que é uma radicalização que tenta chamar a atenção do governo para melhorar de alguma maneira [a negociação para o fim da greve]", afirma. Em meados de julho, Akel Sobrinho havia falado que a greve não cancelaria o vestibular da instituição.
O sindicato reuniu cerca de 50 pessoas no ato, em frente ao prédio da UFPR. Não houve passeatas ou bloqueios de ruas, segundo o Sinditest. À tarde, a categoria realizou uma assembleia aberta à comunidade na Praça Santos Andrade.Professores rejeitam proposta do governo
Na segunda-feira (30), os UFPR e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) decidiram rejeitar a última proposta do governo federal, que foi apresentada na semana passada. Os professores continuam em greve em todo o Brasil e outras 48 das 59 universidades federais seguiram o mesmo caminho. Para os professores, os reajustes salariais oferecidos por representantes dos ministérios da Educação e do Planejamento não atendem à principal reivindicação da categoria, que é a reformulação do plano de carreira.