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Ricardo passou por uma experiência no Canadá e vai para a Inglaterra em outubro. | Fotos: Antônio More / Gazeta do Povo
Ricardo passou por uma experiência no Canadá e vai para a Inglaterra em outubro.| Foto: Fotos: Antônio More / Gazeta do Povo

Para quem acaba de sair do ensino médio, a chegada ao ensino superior envolve uma série de situações inéditas às quais o estudante precisa se adaptar o quanto antes para tirar o melhor dos anos que passará no novo ambiente. Entre os desafios que o mundo universitário apresenta, a complexidade dos conteúdos é a mais evidente, mas, por ser previsível, não resulta em grandes problemas aos que se dedicam aos estudos. No entanto, lidar com os novos grupos sociais e com a própria autonomia são questões que podem exigir mais esforço.

Em nenhum dos ciclos de estudo anteriores o estudante precisa conviver com pessoas de perfis tão diversificados. Na mesma turma estão jovens que acabaram de chegar à maioridade ao lado de pais de família, ou estudantes que nunca trabalharam juntos de profissionais que optaram por uma segunda formação. O amplo grupo de novos relacionamentos envolve ainda colegas de outros cursos, professores e funcionários que possuem valores, atitudes, expectativas e comportamentos diferentes daqueles do próprio universitário. O choque pode ser maior nos casos em que há distanciamento dos grupos sociais anteriores, incluindo a família, quando é necessário mudar de cidade para estudar.

Todas essas novas dificuldades, no entanto, têm um lado muito positivo. É o que afirmam as professoras Soely Polydoro e Elizabeth Mercuri, do Grupo de Pesquisa Psicologia e Educação Superior, da Universidade de Campinas (Unicamp). "São esses desafios que, quando acompanhados de apoio e orientação da instituição, da família e outros grupos, levam o estudante a buscar respostas e se desenvolver", diz Soely.

Para a psicóloga, ter consciência de que os problemas da transição são uma oportunidade para o próprio amadurecimento é essencial para quem quer tirar o melhor da nova fase. "As resposta conhecidas nem sempre são suficientes e exigem o desenvolvimento de novos modos de percepção e enfrentamento", acrescenta Elizabeth, lembrando que aprender a usar a própria independência é indispensável no ensino superior.

Autonomia

O bom uso da autonomia é testado principalmente na administração do tempo, tarefa que todo universitário deve cumprir bem se espera ter boas notas e ainda aproveitar as muitas outras possibilidades que a faculdade oferece. Segundo o pesquisador e doutor em educação pela Uni­versidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) João Malheiro, é importante seguir uma disciplina de horários para estudo e trabalhos desde o primeiro ano de curso. "É muito comum ver universitários que acabam acumulando mais coisas para fazer do que aquilo que o tempo permite", comenta.

Para Malheiro, aprender a lidar com o tempo é consequência do processo de se auto conhecer, identificando os próprios defeitos e virtudes. Assumindo essa atitude, segundo o pesquisador, o ensino superior pode até tornar o estudante alguém mais feliz. "Se for encarado como forma de amadurecer humanamente, e não apenas como meio de ganho econômico, a faculdade aproxima o estudante da felicidade", conclui.

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