Iniciativa de alunos
Em cidades paranaenses como Maringá, Londrina e Campo Mourão, a necessidade comum dos alunos é conseguir carona em viagens para outras cidades. Por isso, organizam grupos no Facebook para trocar informações e combinar os encontros.
O estudante de Administração Matheus Rizzi, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), é o criador de um grupo de alunos da instituição para trocas de caronas. A página foi criada quando Matheus estava procurando uma forma de viajar para Minas Gerais, onde nasceu, sem gastar muito. "Eu convidei alguns amigos e pedi para eles convidarem outras pessoas, principalmente estudantes que têm família fora de Londrina. O grupo surgiu de uma necessidade que era minha e da maioria dos estudantes daqui", diz Matheus. Até o fechamento da edição, o grupo UEL - Caronas já tinha 4.540 membros.
Já a estudante de Engenharia Ambiental Halana Freitas é criadora do grupo de caronas da Universidade Tecnológica Federal do Paraná câmpus Campo Mourão, que tem 1.856 participantes e função similar ao grupo de Londrina. "Tem muita gente que consegue combinar a carona no grupo e combina inclusive dividir a conta do combustível", explica Halana.
Mesmo depois da formatura em Direito pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) em 2012, a advogada Muriana Bernardineli continua ativa no grupo de alunos da instituição na rede social. "Eu ofereço carona sempre que vou para a casa dos meus pais, que moram em São Paulo. O bom de oferecer carona é diminuir os gastos, tanto para quem oferece quanto para quem pega", diz.
O trânsito excessivo se mostra um problema até dentro das universidades -- para chegar à aula, alunos enfrentam congestionamentos, falta de vagas de estacionamento e ônibus lotados. Algumas instituições acreditam que a solução pode vir das caronas solidárias.
A iniciativa já faz parte da rotina do Centro Tecnológico Positivo, na Cidade Industrial de Curitiba. Principalmente depois que o o Diretor da Unidade CIC, Alexandre Rosa, começou a sensibilizar os alunos com uma ação simples: distribuiu adesivos com o selo "Carona Solidária" entre os professores. "Os alunos começaram a perguntar sobre os adesivos e os professores começaram a explicar a ideia e a falar sobre a importância e o impacto de não usar o carro todos os dias", explica Alexandre.
A ação já alcançou cerca de mil alunos e trouxe resultados. Alguns estudantes começam a criar suas próprias redes de caronas. "Antes se via no estacionamento sempre uma pessoa por carro. Hoje, percebemos que o cenário mudou e já chegam duas pessoas juntas", diz.
Outro projeto que busca a criação de uma rede entre os alunos é realizado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). O Conselho Estudantil do Setor de Tecnologia (C7) da instituição planejou em 2011 uma campanha para incentivar a carona entre os alunos no Centro Politécnico. "Durante uma semana, o pessoal do conselho cuidou da organização, juntando os alunos que procuravam as caronas com quem tinha carro pensando nos caminhos. Mas o ideal é desenvolver um projeto para que isso funcione automaticamente", diz Helen Rosa, aluna de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia e participante do C7.
Os alunos contam com a parceria da Pró-Reitoria de Administração no desenvolvimento de uma rede social para combinar caronas. O modelo usado como inspiração vem do site "Bla Bla Car", plataforma que funciona em oito países da Europa. A ideia é que motoristas disponibilizem seus roteiros e os caronas indiquem seu destino e origem - depois, o próprio sistema indica quais encontros são possíveis.
"A intenção é construir esse projeto em parceria com os alunos, ouvindo os pedidos e reivindicações deles. Queremos que o Carona Solidária não perca sua identidade e ajude os estudantes", diz o pró-reitor, Álvaro Pereira de Souza. O formato do site foi desenhado por um grupo de alunos dos cursos de Comunicação Social e está em etapa de programação. Ainda não há uma previsão de entrada do sistema no ar.
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