Tecnologia a serviço da ordem
Para facilitar o acesso ao acervo e os processos de empréstimo e renovação, as maiores bibliotecas universitárias da cidade adotam sistemas informatizados que permitam aos alunos verificar de casa se a obra de que precisam está disponível e reservá-la. Na PUCPR e na UFPR, por exemplo, onde os acervos ultrapassam o número de 1 milhão de obras, são sofisticados softwares que permitem manter tudo em ordem.
O portal de informação da UFPR, além de exibir o acervo das 15 bibliotecas públicas distribuídas entre os câmpus da instituição, deixa acessível na íntegra todas as monografias, teses e dissertações produzidas por alunos da universidade a partir do ano 2000. Os arquivos podem ser consultados on-line ou baixados no computador.
Na PUCPR, a tecnologia usada para organizar o volume de obras libera os funcionários para serviços alternativos como digitalização de livros para deficientes visuais e a elaboração de provas em braile.
Dados divulgados pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), em agosto deste ano, revelaram que os hábitos de leitura do universitário brasileiro estão muito distantes do necessário para a excelência acadêmica. A média nacional vai de um a quatro livros por ano. Como forma de incentivo para superar esse índice ruim algumas bibliotecas universitárias adotam o modelo de rankings que destacam o aluno e o curso que mais emprestaram livros naquele mês.
Esses campeões de leitura tomados como exemplo têm diferentes razões para levar para casa o considerável volume de exemplares que levam, mas todos admitem que o gosto pela leitura é um motivador mais forte do que a própria obrigação de ler para fins acadêmicos.
Maurício de Oliveira Grabowski, 20 anos, é formando do curso de Educação Física da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e conquistou o topo do ranking no mês de agosto. Segundo ele, a dedicação ao trabalho de conclusão de curso fez com que aumentasse o ritmo de leituras. "Comecei a gostar de ler na faculdade e com frequência pego livros técnicos ou relatos de histórias reais", conta o estudante, que registrou quinze empréstimos em quatro semanas.
A boa colocação de Maurício chama ainda mais atenção por ele não pertencer a nenhum dos cursos que geralmente batem os recordes de empréstimo. Na PUCPR, as turmas de Direito são imbatíveis nesse quesito e todos os anos levam o título. De janeiro a setembro os alunos levaram para casa cerca de 25 mil exemplares, resultando numa média de 2,7 mil livros ao mês.
Um exemplo de estudante de Direito assíduo nas leituras é Eleazar Luiz da Silva e Silva, da Universidade Positivo (UP). Do início ao fim de agosto Eleazar levou para casa vinte e cinco obras, todas referentes a disciplinas do curso. "Vou à biblioteca com frequência e sempre uso o limite de cinco livros por vez", diz o estudante. Embora admita que não lê os livros inteiros, mas apenas alguns capítulos, a rotina de estudos de Eleazar não se resume a esses empréstimos, já que ele também é aluno do curso de Agronomia na Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde está no oitavo período.
Ler na biblioteca
Certamente os rankings ajudam a reconhecer o mérito de quem lê muito, mas há um outro grupo de bons leitores que não abrem mão do ambiente bibliotecário para estudar. De acordo com a diretora da biblioteca central da UP, Marilda Bueno, boa parte dos 1,5 mil usuários que visitam o local diariamente não faz empréstimos e prefere passar algumas horas lendo dentro da própria biblioteca.
Essa possibilidade é estendida inclusive para quem não tem vínculo com a instituição. A biblioteca da UP é aberta à comunidade externa e qualquer um que visitá-la pode consultar as obras no local. Já os acadêmicos de outras universidades podem solicitar uma declaração na instituição onde estudam, apresentá-la à administração da biblioteca e fazer empréstimos normalmente.
E você, frequenta muito a biblioteca ou passa lá só de vez em quando? Deixe o seu comentário.
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