Maurício fez quinze empréstimos em apenas quatro semanas.| Foto: Antonio Costa/Gazeta do Povo

Tecnologia a serviço da ordem

Para facilitar o acesso ao acervo e os processos de empréstimo e renovação, as maiores bibliotecas universitárias da cidade adotam sistemas informatizados que permitam aos alunos verificar de casa se a obra de que precisam está disponível e reservá-la. Na PUCPR e na UFPR, por exemplo, onde os acervos ultrapassam o número de 1 milhão de obras, são sofisticados softwares que permitem manter tudo em ordem.

O portal de informação da UFPR, além de exibir o acervo das 15 bibliotecas públicas distribuídas entre os câmpus da instituição, deixa acessível na íntegra todas as monografias, teses e dissertações produzidas por alunos da universidade a partir do ano 2000. Os arquivos podem ser consultados on-line ou baixados no computador.

Na PUCPR, a tecnologia usada para organizar o volume de obras libera os funcionários para serviços alternativos como digitalização de livros para deficientes visuais e a elaboração de provas em braile.

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Dados divulgados pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Supe­­rior (Andifes), em agosto deste ano, revelaram que os hábitos de leitura do universitário brasileiro estão muito distantes do necessário para a excelência acadêmica. A média nacional vai de um a quatro livros por ano. Como forma de incentivo para superar esse índice ruim algumas bibliotecas universitárias adotam o modelo de rankings que destacam o aluno e o curso que mais emprestaram livros naquele mês.

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Esses campeões de leitura tomados como exemplo têm diferentes razões para levar para casa o considerável volume de exemplares que levam, mas todos ad­­mitem que o gosto pela leitura é um motivador mais forte do que a própria obrigação de ler para fins acadêmicos.

Maurício de Oliveira Gra­­bow­­­­­ski, 20 anos, é formando do curso de Educação Física da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e conquistou o topo do ranking no mês de agosto. Se­­gundo ele, a dedicação ao trabalho de conclusão de curso fez com que aumentasse o ritmo de leituras. "Comecei a gostar de ler na faculdade e com frequência pego livros técnicos ou relatos de histórias reais", conta o estudante, que registrou quinze empréstimos em quatro semanas.

A boa colocação de Maurício chama ainda mais atenção por ele não pertencer a nenhum dos cursos que geralmente batem os recordes de empréstimo. Na PUCPR, as turmas de Direito são imbatíveis nesse quesito e todos os anos levam o título. De janeiro a setembro os alunos levaram para casa cerca de 25 mil exemplares, resultando numa média de 2,7 mil livros ao mês.

Um exemplo de estudante de Direito assíduo nas leituras é Eleazar Luiz da Silva e Silva, da Universidade Positivo (UP). Do início ao fim de agosto Eleazar levou para casa vinte e cinco obras, todas referentes a disciplinas do curso. "Vou à biblioteca com frequência e sempre uso o limite de cinco livros por vez", diz o estudante. Embora admita que não lê os livros inteiros, mas apenas alguns capítulos, a rotina de estudos de Eleazar não se resume a esses empréstimos, já que ele também é aluno do curso de Agro­­nomia na Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde está no oitavo período.

Ler na biblioteca

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Certamente os rankings ajudam a reconhecer o mérito de quem lê muito, mas há um outro grupo de bons leitores que não abrem mão do ambiente bibliotecário para estudar. De acordo com a diretora da biblioteca central da UP, Marilda Bueno, boa parte dos 1,5 mil usuários que visitam o local diariamente não faz empréstimos e prefere passar algumas horas lendo dentro da própria biblioteca.

Essa possibilidade é estendida inclusive para quem não tem vínculo com a instituição. A biblioteca da UP é aberta à comunidade externa e qualquer um que visitá-la pode consultar as obras no local. Já os acadêmicos de outras universidades podem solicitar uma declaração na instituição onde estudam, apresentá-la à administração da biblioteca e fazer em­­préstimos normalmente.

E você, frequenta muito a biblioteca ou passa lá só de vez em quando? Deixe o seu comentário.