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Carlos Alexandre Micaloski chega a sacrificar horas de almoço para estudar para as provas. Nem sempre o esforço vale a pena. | Brunno Covello / Gazeta do Povo
Carlos Alexandre Micaloski chega a sacrificar horas de almoço para estudar para as provas. Nem sempre o esforço vale a pena.| Foto: Brunno Covello / Gazeta do Povo

Vai jubilar

O jubilamento é uma realidade a ser enfrentada por alunos que não concluem o curso dentro do prazo estabelecido pela universidade. Quem não consegue se formar nesse período – que varia conforme o curso e a faculdade – é desligado da instituição. Mesmo com essa política, é comum estudantes acumularem dependências e um dos motivos é a conduta do "deixa para depois". Segundo o professor do Departamento de Física da UTFPR Nestor Saavedra, uma parte dos alunos que reprovam durante o curso amadurece e dá sequência à formação; outra parte considera a graduação muito difícil e desiste.

Bons frutos

Ter bom desempenho durante a universidade pode ser vantajoso. Confira alguns dos benefícios separados aos bons alunos:

>>> Na PUCPR, o aluno da graduação com melhor desempenho durante o curso recebe o Prêmio Marcelino Champagnat, uma bolsa de estudos de 100% nos cursos de pós-graduação stricto sensu da instituição. Quem recebe o prêmio é chamado de "marcelino" ou "marcelina" e coloca o título em seu currículo.

>>> Os estudantes com melhor Índice de Rendimento Acadêmico (IRA) nas Faculdades Integradas do Brasil (UniBrasil) recebem certificado e um presente, como um vale-livro.

>>> Na Universidade Positivo (UP), há descontos nas mensalidades em alguns cursos de graduação e em cursos de pós-graduação.

>>> Quem tem um bom histórico escolar sai na frente em diversos programas de bolsas de estudo, garantindo mais chances na obtenção de auxílios para iniciação científica (Pibic) e iniciação à docência (Pibid), acesso ao Programa de Educação Tutorial (PET), participação no Programa de Licenciaturas Internacionais (PLI Capes) e maiores chances de fazer intercâmbios, como o do Ciência sem Fronteiras.

>>> Existem processos seletivos de estágio, programas de trainee e de emprego que levam em conta o rendimento do aluno durante a graduação. Uma pesquisa feita recentemente pela revista Veja com cem empresas revela que o bom desempenho na faculdade conta pontos na hora de selecionar futuros funcionários, ficando atrás apenas de domínio de idiomas estrangeiros, experiência em intercâmbio e pós-graduação.

Difícil encontrar quem não tenha tentado, ao menos uma vez, negociar uma nota baixa com o professor para escapar de uma prova final ou pegar uma dependência. Entre as propostas estão alguns pontos – ou décimos – a mais e a aplicação de um trabalho extra para compor a soma total. O resultado depende do perfil do docente e o que foi combinado com a turma no início das aulas.

"Eu dou uma chorada. Não custa perguntar", conta o estudante de Engenharia Eletrônica da UTFPR Carlos Alexandre Micaloski, 29 anos, que tenta conciliar o trabalho com o estudo. "Eu reprovei em três disciplinas com notas bem próximas do limite para a aprovação e, em uma delas, metade da turma também reprovou", conta Carlos.

Guilherme Batista diz que mantém boas notas no 4.º ano de Engenharia Mecânica da Universidade Positivo abrindo mão de diversões de fim de semana. "Não peguei dependência ainda, mas 90% da turma já pegou. Eu foco no estudo durante os finais de semana", conta. Mesmo com tanto empenho, Batista admite já ter tentado melhorar uma nota. "Pedi um trabalho para compor a nota, mas não foi aceito."

Mas há professores mais flexíveis. "Se não foram bem na prova, os alunos pedem atividade complementar. Isso está previsto no processo de recuperação. Faço prova valendo cem e complemento com atividades", conta o professor Mauro José Belli, do curso de Gestão da Informação da UFPR.

Belli lembra que o funcionamento das matérias e das avaliações varia muito conforme a área e o curso. O aluno deve estar atento à forma que o professor trabalha, geralmente apresentada no início do ano letivo.

Comece já

Não importa que o ano esteja acabando, leia as dicas abaixo e tente salvar seu desempenho nas últimas provas ou no exame final:

>>> Faça associações com o conteúdo. Encontre referências do dia a dia e tente ligá-las com ideias e conceitos fáceis de serem lembrados.

>>> Não acumule estudos para a madrugada anterior à prova. Uma pesquisa da Universidade da Califórnia concluiu que passar noites em claro para estudar mais não dá resultado.

>>> Use recursos visuais como tabelas e diagramas para memorizar o conteúdo.

>>> Se o professor programar uma revisão, não perca essa oportunidade.

>>> Nas aulas, faça anotações de palavras-chave e exemplos, mas não tente anotar tudo para não correr o risco de perder algo importante.

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