Os medalhistas Edson Geovani dos Santos e Mariana Mariah Vieira de Freitas estudaram muito e dizem que esforço valeu a pena.| Foto: Henry Milleo / Gazeta do Povo

Quatro gerações dedicadas à costura

Medalhista de ouro, a estudante de Gestão Comercial da Faculdade Opet Mariana Mariah Vieira de Freitas, 21 anos, começou o curso de Confecção de Roupas no Senai em 2010 e, desde então, tem treinado para a WorldSkills. Filha, neta, bisneta e trineta de mulheres talentosas na costura, Mariana aprendeu ainda criança a criar roupas para suas bonecas. Após essa conquista, ela pretende treinar outros alunos para as competições e fazer pós-graduação em Modelagem. "Já recebi propostas de emprego, mas quero continuar estudando com os próprios alunos da olimpíada", diz. (AC)

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O nervosismo inicial atrapalhou

O medalha de prata paranaense em Instalação e Manutenção de PC é Edson Geovani dos Santos, 20 anos, que fez curso técnico em Telecomunicações e hoje cursa Engenharia da Computação na PUCPR. O jovem conta que o nervosismo tirou dele o primeiro lugar. "São quatro dias de prova e um dia é diferente do outro, com simulações práticas. No primeiro dia, cheguei ansioso e cometi alguns erros no começo. Depois, praticamente gabaritei os outros dias", conta. Ele recomenda a experiência e diz que os dois anos de esforço e preparação valeram a pena. (AC)

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Assim como nos jogos olímpicos, as competições WorldSkills são compostas de seletivas rigorosas, que exigem dedicação, acompanhamento técnico e muito treinamento. Os "atletas" são estudantes do ensino técnico profissionalizante com até 21 anos desafiados em provas que testam conhecimento e habilidades em áreas específicas. Para chegar à disputa mundial, que ocorre a cada dois anos, os jovens brasileiros passam pelas etapas escolar, estadual e nacional da Olimpíada do Conhecimento e costumam ter bom rendimento na WorldSkills Américas, a fase continental da maratona, que teve a última edição no início deste mês, em Bogotá, na Colômbia.

Dos 34 estudantes que integraram a delegação brasileira, 25 voltaram com medalha de ouro, quatro ganharam prata e um foi premiado com o bronze. Ao todo, 186 alunos de 17 países participaram das provas práticas. O torneio testou as habilidades dos participantes em 31 ocupações profissionais e o Paraná conquistou o primeiro lugar em Confecção de Roupas, com Mariana Mariah Vieira de Freitas, e a prata em Instalação e Manutenção de PC, com Edson Geovani dos Santos. Essa foi a terceira vez consecutiva que o Brasil obteve a maior pontuação e o maior número de medalhas no WorldSkills Américas.

Há 10 anos, o professor de Tecnologia da Informação do Senai Juliano de Mello Pedroso atua como treinador. Ele conta que, além de viajar e conhecer estudantes de diversos lugares, os participantes enriquecem o currículo. "Eles aprendem muita coisa, como trabalhar sob pressão, treinar oito horas por dia e manter o foco nas atividades. Para participar, escolhemos os melhores. Na minha modalidade, opto por alunos motivados, esforçados e com capacidade física e mental", diz.

Diante dessa exigência toda, o reconhecimento vale a pena. Para Marcio Luiz Debner dos Santos, coordenador estadual da Olimpíada do Conhecimento, os três ou quatro anos de treinamento de alta tecnologia pelos quais os participantes passam até chegar à edição internacional do WorldSkills fazem com que os jovens se tornem profissionais completos e disputados. No caso dos dois medalhistas paranaenses, a intenção é incentivá-los a capacitar novos competidores do Senai para a próxima etapa nacional, em setembro, em Minas Gerais.

Santos comenta que o bom resultado nessas competições destaca a qualidade da educação técnica, especialmente dentro da metodologia de formação por competência. "Procuramos trabalhar os conhecimentos, as habilidades e a atitude dos alunos com foco em projetos e situações-problema, o que será aplicado diretamente na profissão escolhida", diz.

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