André Franchi de Souza iniciou a produção de cartões quando ainda estava no curso de Design da Tuiuti| Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo

Avaliação

Alguns aspectos precisam ser avaliados ao pensar em um negócio, mesmo que informal e no ambiente universitário.

Procure responder às seguintes questões:

Quem é o público que pretendo atingir? Quais são suas necessidades?

O preço é compatível com o mercado?

Vou precisar de ajuda ou consigo dar conta da produção?

Que diferenciais o produto ou serviço terá?

Em que prazo consigo entregar e em que quantidade?

Que capital mínimo posso reservar?

Como será a divulgação? Cartão, folder, papel fixado no painel da universidade, site?

Fonte: Especialistas consultados.

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Jovens empreendedores

De acordo com a Pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), que mede as taxas de empreendedorismo em 43 países do mundo, no Brasil a faixa etária mais empreendedora é dos 25 a 34 anos. Em segundo lugar está a faixa de 18 a 24 anos.

Erica Aparecida Gonçalves investe na confecção de bolsas para complementar o orçamento
Estudante de Turismo, Luana de Oliveira vende brigadeiros, saunduíches e caixinhas de suco
Sandra do Nascimento leva sanduíches assados para vender na faculdade
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Empreendedorismo também se aprende na faculdade, e não importa o que está sendo ensinado em sala de aula. Por se tratar de um período em que a rede de contatos e o apoio de profissionais são abundantes, esta é uma excelente chance para se aventurar em um negócio. Mesmo que ele comece tímido, nos corredores da faculdade, como uma forma de bancar a mensalidade.

O importante, afirma a coordenadora de Empreendedorismo do Sebrae/PR, Joana D’Arc Julia de Melo, é desde o início encarar a situação como uma oportunidade de aprendizado, relacionamento com clientes e fornecedores, planejamento, gestão de estoques e de fluxo de caixa. "Nesse momento o estudante pratica conceitos que são essenciais a um negócio, que pode ser ampliado depois. São oportunidades únicas de entender de perto como funcionam as necessidades do público", diz.

Como controlar o fluxo de caixa, se há lucro ou prejuízo, qual é o mínimo que é preciso vender para não perder dinheiro e que desconto é possível conceder são as dúvidas mais comuns aos empreendedores iniciais. "Há esse mito de que a parte financeira é difícil, mas não é um bicho de sete cabeças. Basta ter atitude e buscar a informação, seja presencialmente ou em sites", explica Joana.

Para Cláudio Aurélio Her­­nandes, mestre em Admi­nistração e professor de Empreendedorismo e Estratégia Organizacional do Grupo Uninter, a experiência de começar a empreender nos corredores das faculdades é válida para os universitários, porque traz a questão do que é ser empreendedor. "Eles veem que não existe apenas glamour, ou aquela ideia de ser seu próprio chefe."

Confira algumas histórias que começaram ou que estão ocorrendo nas universidades e inspire-se!

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De dentro da sala de aula

O então estudante de Design de Produto da Tuiuti André Franchi de Souza, 30 anos, estava em uma aula que pedia o desenvolvimento de um produto. Depois de avaliar o mercado, bancou a ideia de trabalhar com cartões.

No início, há seis anos, a empresa Fofi tinha apenas uma coleção com 16 modelos do mesmo tamanho. Hoje, vende para o Brasil todo mais de cem estampas diferentes, em cinco tamanhos e sete formatos. "Estamos crescendo de forma sólida e pra mim isto é um sonho. Como designer é muito bom, pois consigo colocar em prática muita coisa que é vetada quando se trabalha para alguém", diz André, que acaba de voltar de São Paulo depois de expor em duas grandes feiras do setor.

Bolsas com design

Erica Aparecida Gonçalves, 23 anos, sempre gostou de costurar. Mas foi no fim do ano passado, quando deixou um emprego para assumir um estágio em sua área, que investiu mais pesado na confecção de bolsas para complementar o orçamento. "As bolsas me ajudam muito e às vezes acabo recusando pedidos por falta de tempo", afirma.

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Erica, que é acadêmica de Design de Interiores do Unicuritiba, conta que também aprende com o seu negócio paralelo. "Minhas habilidades com tecido contribuem também para minha área, descobri um dom que certamente vai me ajudar em Design."

Empreendimento meteórico

O emprego em uma operadora de telefonia não estava agradando, então a aluna de Tecnologia em Processos Gerenciais Sandra Fonseca do Nascimento, 39 anos, resolveu experimentar algo novo. Passou a levar sanduíches assados para vender na faculdade. Depois de um mês abriu uma empresa e três meses depois já comprou um carrinho para levar o lanche.

Se na Facinter, onde estuda, não consegue vender tudo, Sandra dá uma passadinha no ponto de táxi perto da sua casa e, além de ganhar carona, volta sempre com as caixas vazias. "Meus colegas de faculdade gostam tanto que me indicam para vender nas empresas onde trabalham", diz. Sandra já criou um site, o sandwichsan.yolasite.com.

De olho na oportunidade

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Quando as aulas começaram, não havia cantina onde Luana Cássia Ferreira Mendes de Oliveira, 30 anos, cursa Turismo, no Grupo Uninter. Então ela passou a levar brigadeiros, sanduíches e caixinhas de suco para vender. "Os colegas adoravam, porque estudávamos no 4.º andar e sempre dava preguiça de sair para comer."

Hoje, a cantina está montada, mas Luana já formou sua clientela. "Tenho meus clientes fixos, que pagam adiantado. Fiz um empréstimo para poder pagar a faculdade e agora consigo juntar dinheiro para pagar essa dívida."

Interatividade:

Você conhece algum empreendedor que tenha iniciado seus negócios no corredor da faculdade? Escreva paravidauniversitaria@gazetadopovo.com.br ou deixe o seu comentário aqui embaixo