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O Ministério Público Estadual entrou com um processo de improbidade administrativa contra o reitor da Universidade de São Paulo (USP), João Grandino Rodas. Ele terá que responder por supostos contratos ilegais e uso de verba de gabinete para promoção pessoal quando exerceu o cargo de diretor da Faculdade de Direito da USP, em 2009.

A USP foi procurada, porém até o momento não se manifestou sobre o caso. O advogado de Rodas, Luiz Olavo Baptista, não foi encontrado para comentar a decisão que torna o reitor réu por improbidade administrativa.

De acordo com a ação, Rodas "celebrou contratos de doação com encargo, sem prévio procedimento licitatório e com inobservância dos procedimentos administrativos da universidade". Segundo o Ministério Público, o reitor ainda utilizou de publicações acadêmicas em proveito próprio, "as custas do erário público".

O valor da ação é de R$ 3.354.996,93 e é movida pelo promotor Silvio Antonio Marques. Se condenado, Rodas, além de pagar o valor, ainda perderá os direitos políticos e a função pública.

Em setembro, o jornal "O Estado de S.Paulo" revelou que Rodas assinou, em 2009, um acordo com a família do banqueiro Pedro Conde, ex-aluno de Direito da USP, no qual vinculava a doação para a construção de um auditório para 90 pessoas ao batismo da sala com o nome de Conde. De acordo com a publicação, um negócio semelhante foi fechado com o escritório de advocacia Pinheiro Neto, outro ex-aluno, que também reformaria uma sala em troca da honraria.

A medida causou polêmica porque, pela tradição, as salas são batizadas só com nomes de professores da São Francisco. Em maio de 2010, o sucessor de Rodas frente a faculdade de direito, Antonio Magalhães Gomes Filho, solicitou uma investigação do Ministério Público que resultou na ação por improbidade administrativa.

O reitor também foi acionado pela Justiça por ter determinado, em 2011, a impressão, com verba pública, de boletins internos para ataques a Gomes Filho. Segundo o Ministério Público, foram 6 mil exemplares impressos. O custo ultrapassou os R$ 5.000.

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