O reitor da UniRio, Luiz Pedro San Gil Jutuca, determinou nesta segunda-feira (16) a abertura de licitação, em caráter emergencial, para contratação de empresa que fará uma auditoria externa no Sistema de Informações para o Ensino (SIE), onde são cadastrados os nomes dos estudantes. A medida foi tomada após as denúncias de fraudes em matrículas por parte de cinco alunos da Escola de Medicina e Cirurgia (EMC) e uma da Escola de Nutrição.
Nesta segunda-feira, a diretora da faculdade de nutrição, Maria Aparecida Campos, depôs na comissão de sindicância aberta para investigar o problema no curso. Em 1º de agosto de 2010 (um domingo), uma aluna se matriculou irregularmente na faculdade. No início de 2011, quando a UniRio solicitou a ela sua documentação, a estudante desapareceu.
A universidade tinha conhecimento do caso há um ano, mas a reitoria só foi informada há cerca de um mês, após tomar ciência da fraude na EMC, em que cinco estudantes usaram números de inscrição cancelados para se matricular. Suspeita-se de venda de vagas. Segundo Maria Aparecida, a irregularidade no curso de nutrição foi comunicada à Direção de Tecnologia de Informação e Comunicação e às pró-reitorias de graduação e planejamento em 2011. Na Semana Santa, a sala da professora que denunciou o caso foi arrombada e seus computadores, vasculhados.
"Informamos os órgãos superiores e achamos que era suficiente. Não pensávamos que podia tomar esse vulto", disse Maria Aparecida, que comentou o arrombamento. "Foi uma coisa muito violenta. Ficamos muito assustados".
O reitor da Unirio foi ouvido pelo Ministério Público Federal, que incluirá as informações sobre a fraude em Nutrição no mesmo inquérito civil público que investiga a fraude na EMC. Nesta terça-feira, Jutuca será ouvido pela Defensoria Pública da União.