A Universidade de São Paulo (USP) investiga um suposto caso de racismo de atletas da equipe de basquete da Associação Atlética Acadêmica Politécnica (AAAP), da Escola Politécnica, contra o estudante de música negro Wadmir Abreu Alves Barros, natural de Cabo Verde. Uma briga entre o aluno e os jogadores em uma quadra no dia 12, foi informada pelo próprio presidente da AAAP, Victor Torcioni Nunes, em uma carta à diretoria da Poli, na terça-feira (20).

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Segundo a versão da associação, os atletas chegaram à quadra 1 do Centro de Práticas Esportivas da USP, por volta das 19h, no horário reservado para o uso da equipe. A discussão, segundo os jogadores, ocorreu porque Barros estava na quadra e não queria ceder o espaço. De acordo com a equipe, os atletas pediram para que ele se retirasse e um deles ficou exaltado e jogou para longe a bola de basquete que Barros tinha em mãos. O estudante teria revidado contra o universitário que lançou a bola, e os jogadores teriam entrado em luta corporal para defender o companheiro.

Os jogadores de basquete da atlética têm três sessões semanais de uma hora. De acordo com nota da AAAP, na semana seguinte, no dia 19, os atletas foram impedidos de usar a quadra porque 25 estudantes, todos negros, fizeram um protesto no local, sob alegação de que houve racismo contra Barros. Segundo estudantes presentes, esses alunos não aparentavam ser africanos e não tinham sotaque. "É fundamental deixar claro que não houve, em momento algum, qualquer ato racista partindo dos atletas e membros da AAAP, sendo as acusações neste sentido totalmente infundadas", afirmou o presidente da AAAP, em nota.

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"Relatos dos estudantes não apontam atitudes racistas dos alunos da Escola Politécnica", disse, em comunicado, o diretor da Poli, José Roberto Cardoso. "Pelo que fomos informados, o ocorrido foi oriundo da exigência de uso da quadra de esportes no horário reservado aos alunos da Escola Politécnica, sem conotação racial alguma. Orientamos o grupo a elaborar boletim de ocorrência para registrar o fato e informamos as autoridades responsáveis pela segurança universitária."

O estudante Wadmir Abreu Alves Barros não foi localizado pela reportagem. Barros teria ido ao Pronto-Socorro do Hospital Universidade para realizar exames, mas a informação não foi confirmada pela assessoria da instituição, cujo telefone não estava disponível.