Leda aprovou o programa de mobilidade da UFPR. Ela está há um ano na UFRJ. Agora, acordo pode ser estendido à Universidade de Integração Latino-Americana.| Foto: Arquivo pessoal

Duas das três universidades federais do Paraná fecharam, no início deste mês, um acordo de cooperação acadêmica e científica. A parceria entre a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Universidade Federal de Integração Latino-Americana (Unila), com sede em Foz do Iguaçu, permitirá o desenvolvimento de pesquisas e a oferta de cursos em conjunto, além do intercâmbio entre alunos e professores. "Uma das grandes áreas que queremos trabalhar é a mobilidade estudantil. Hoje, por exemplo, já temos vários acordos de cooperação com universidades estrangeiras, e os estudantes podem cursar um semestre fora", explica o reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho. A Federal também oferece oportunidades de mobilidade dentro do país, que permite aos alunos cursarem parte da graduação em uma universidade pública parceira.

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O intercâmbio entre universidades do mesmo país é uma excelente oportunidade de enriquecer o currículo. Aluna do 5.º período de Jornalismo na UFPR, Leda Samara, 19 anos, está há um ano na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). "Inicial­mente, o intercâmbio era de seis meses, mas eu pedi para que ele fosse estendido por mais seis. Estou fazendo matérias aleatórias, estudando conteúdos que não terei oportunidade de ver na UFPR. Na Federal do Paraná o curso é mais focado em jornalismo impresso, aqui eu vim estudar cinema, produções audiovisuais", conta. Para a estudante, mesmo dentro do Brasil os cursos podem ser bem diferentes.

A partir do acordo com a Unila, os alunos da UFPR terão mais uma instituição parceira para a mobilidade. Segundo o reitor da UFPR, a instituição, centenária, colocará toda a sua tradição à disposição dos alunos e professores da Unila, ao mesmo tempo em que se beneficiará das discussões sobre integração dos países latino-americanos que são desenvolvidas em Foz.

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A UFPR será a primeira instituição brasileira a firmar um convênio de cooperação com a Unila. "A nossa universidade hoje tem convênios de mobilidade acadêmica entre alunos e professores com universidades do México, da Espanha e da América Latina. A primeira universidade brasileira com quem nós firmamos parceria foi a UFPR", afirma o reitor da Unila, Hélgio Trindade. De acordo com ele, a instituição tem interesse em aproveitar o conhecimento da Federal do Paraná em áreas como Engenharia, Letras e Ciências Sociais.

Universidades poderão ofertar cursos em conjunto

O acordo entre a Unila e a UFPR permite também o intercâmbio entre docentes. "Podemos ofertar seminários e workshops de uma semana com os nossos professores ou trazer docentes da Argentina e do Uruguai para cá", exemplifica o reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho. Atualmente a Unila tem 66 professores, 53 deles brasileiros e 13 de outros países, como Bolívia, Peru, Argentina, Paraguai, Colômbia, Cuba e Itália.

Segundo Akel, as duas universidades já desenvolveram pesquisas e cursos em conjunto. O vice-reitor da UFPR, Rogério Mulinari, explica que as atividades foram realizadas durante o período em que a Federal do Paraná atuava como tutora da Unila, respondendo por questões orçamentárias e pela contratação de pessoal enquanto a nova universidade não existia juridicamente.

Uma das experiências bem-sucedidas aconteceu entre outubro de 2009 e março de 2010, quando a Unila e a Universidade Federal do Paraná ofertaram o curso de especialização em Políticas Públicas de Avaliação da Educação Superior. Parte das aulas foi realizada a distância e parte ocorreu presencialmente em Foz do Iguaçu. "Tivemos alunos do Brasil, da Colômbia, Argentina e Bolívia, entre outros países. As aulas foram ofertadas com a participação de professores da UFPR, de convidados de outras universidades brasileiras e de estrangeiros", explica a pró-reitora de graduação da UFPR, Maria Amélia Sabbag Zainko, que coordenou a especialização.De acordo com a pró-reitora, o objetivo é ofertar novamente o curso nos próximos anos. "Os alunos conheceram diferentes sistemas de avaliação, de diversos países. Foi um intercâmbio de informações extremamente rico, com professores bem experientes", afirma. Agora, as duas universidades pretendem publicar, pela Editora da UFPR, uma coletânea com artigos escritos pelos professores do curso e algumas monografias elaboradas pelos estudantes.

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