As quatro provas do Enem estão dividas por áreas do conhecimento: Ciências Humanas, da Natureza, Linguagens e Matemática. Em cada uma delas os conceitos específicos se misturam a problemáticas sociais aplicadas a situações reais. Confira as dicas dos professores para se dar bem em cada área.
Ciências Humanas
Eixo sociológico marca presença
Assim como nas outras áreas, a prova de Ciências Humanas tem um eixo sociológico muito visível. "As questões estão muito pautadas nas funções sociais dos conhecimentos que o aluno adquiriu em cada área. Por isso ele precisa de uma grande dose de informações para compreender a realidade", explica João Paulo Ocke de Freitas, professor de Sociologia do Curso Acesso.
A interdisciplinaridade das questões é outra característica, segundo Maurício dos Santos, professor de História e Geopolítica do Curso e Colégio Dom Bosco. "O aluno precisa ser capaz de compreender a realidade como resultado de um processo histórico. Para isso, ele precisa conhecer as questões culturais, políticas e econômicas da sociedade", explica.
Para o professor de Geografia do curso Acesso Jair Henrique Iliano de Castro, este é o diferencial do Enem na prova de Ciências Humanas: cobrar temas da atualidade e como eles se relacionam com os conhecimentos técnicos adquiridos pelos alunos. "Trechos de revistas e jornais aparecem nas questões como forma de levar o aluno a fazer relações entre os acontecimentos e questões mais teóricas. Neste ano, temas como o aquecimento global, as consequências da crise mundial e as eleições são boas apostas", afirma Jair.
Ciências da Natureza
Conceitos aplicados à realidade
Buscar soluções para situações-problema é um dos desafios que o candidato vai enfrentar nas provas de Ciências da Natureza.
Segundo o professor de Biologia do Pré-Vestibular Expoente, Heraldo Taborda Damas os testes costumam explorar gráficos, tabelas e outros textos que forneçam informações para que o aluno chegue à alguma conclusão. "Não se pede simplesmente um conceito, mas como ele pode ajudar na solução de problemas reais", explica.
Nas questões de Física, por exemplo, o professor de Física do Curso Positivo Euler de Freitas Silva Júnior explica que elas estão muito ligadas a soluções de problemas em diversas áreas, utilizando principalmente o desenvolvimento tecnológico como gancho. "Também é muito comum aparecerem testes sobre a produção e o consumo de energia. Mas a prova envolve uma preocupação maior do que simplesmente cálculos. As perguntas investigam as implicações sociais, econômicas, éticas, ambientais, quais são os prós e contras e os impactos dos diversos tipos de energia", explica.
É bastante comum que as questões sejam multidisciplinares e envolvam conceitos de química, biologia e física num mesmo enunciado. "Isso acontece para que o aluno reflita sobre sua realidade com a ajuda dos conceitos teóricos", explica Cláudio Elói Vieira, professor de Química do Curso Acesso. Segundo ele as principais apostas de temas explorados pela Química são a estequiometria, eletroquímica, termoquímica, identificação das funções na química orgânica, química ambiental e óxidos.
Matemática
Interpretação no lugar de fórmulas e cálculos complicados
A aposta dos professores é de que não haverá cálculos muito extensos e nem será preciso usar fórmulas complicadas, mas será fundamental prestar atenção à situação apresentada no enunciado. "O aluno deve estar atento à interpretação do texto para saber o que realmente está sendo pedido na questão. Ele não pode perder muito tempo, então precisa dominar as principais ferramentas matemáticas para saber rapidamente qual método deve aplicar na resolução daquele teste", afirma o professor de Matemática do Pré-Vestibular Expoente Claudio Amalio de Souza.
Os principais conceitos que podem aparecer são a probabilidade, análise combinatória, juros, regra de três e questões de geometria. "São coisas muito fáceis de aparecerem no cotidiano, em situações reais. Isso vai ser muito explorado, pedindo que o aluno resolva problemas que misturam vários conceitos", explica o professor de Matemática do curso Decisivo Tamajoara Proença. Ele ainda aponta como certa a presença de gráficos e tabelas em que o aluno deverá extrair os dados para os cálculos e, portanto, a interpretação destas figuras será essencial.
Linguagens e Códigos
Língua Estrangeira é a novidade
A grande novidade no Enem deste ano é a presença de questões de Língua Estrangeira Inglês ou Espanhol, conforme escolhido pelo estudante no momento da inscrição. Os professores afirmam que não deve haver muita surpresa nestes testes, mas que eles devem exigir muita leitura. A aposta é de que os textos sejam apresentados na língua escolhida, mas que as perguntas e alternativas estejam em português.
Para quem optou pelo Inglês, o professor Ênio José Ditterich, do Curso Dom Bosco, afirma que com um conhecimento básico da língua não haverá dificuldade em responder as questões. "Normalmente é possível uma rápida identificação do gênero textual apresentado. Logo em seguida o aluno deve se atentar às palavras-chaves que levam às informações mais importantes do texto", explica Ênio.
A professora de Espanhol do Curso Acesso, Ana Maria Motas Carbonell, destaca que as questões devem priorizar a interpretação de texto e, mesmo nas perguntas que cobrem conceitos gramaticais, o contexto é muito importante. "Não será cobrada a gramática pura da língua estrangeira, mas sempre relacionando os termos com suas funções dentro do texto", afirma.
As mesmas dicas se aplicam à prova de Língua Portuguesa. É essencial que o aluno não apenas reconheça o que está escrito, mas saiba identificar todas as linguagens e estratégias envolvidas no processo de comunicação. "Não adianta o aluno decorar uma regra gramatical porque ela não será cobrada. É preciso reconhecê-la dentro de um contexto e saber utilizá-la para resolver os problemas apresentados", comenta Sérgio de Grande Júnior, professor de Redação e interpretação de textos do Curso Dom Bosco.
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