A rotina de um universitário envolve muito jogo de cintura: conciliar as aulas e o estágio, dar conta dos trabalhos e ainda ficar com a família e amigos nem sempre é tarefa fácil. Mas, além de fazer tudo isso, tem gente que se dedica a projetos paralelos, como concursos e competições. A boa notícia é que esta inicaitiva pode render bons frutos, auxiliando na formação profissional do aluno, dando uma visão mais prática e inovadora da profissão e também possibilitando explorar outras áreas e se tornar um empreendedor no mercado de trabalho.
Uma dessas oportunidades é o Desafio Sebrae, que envolve estudantes de vários cursos de graduação de todo o Brasil que enfrentam a missão de administrar e viver a rotina de uma pequena empresa. Tudo acontece num jogo virtual em que os alunos precisam desenvolver seu lado empreendedor e também lidar com finanças e planilhas para gerenciar os negócios. "Eles aprendem a tomar decisões em várias áreas da empresa e também a lidar com conflitos e a trabalhar em equipe", diz André Rossi, coordenador do Desafio Sebrae no Paraná.
O resultado da dedicação dos alunos se reflete na prática: cerca de 15% dos mais de 600 mil inscritos nestes dez anos de concurso decidiram abrir uma pequena empresa nas mais diversas áreas, como administração, design, agronegócios e publicidade. "A universidade é o momento ideal para estimular este empreendedorismo nos jovens, pois eles ainda têm poucas preocupações e compromissos, mas muito entusiasmo e dedicação pela profissão", afirma Rossi.
Além da sala de aula
Outro exemplo de competição que auxilia na formação prática dos alunos é o campeonato de Baja, promovido pela Sociedade de Engenheiros Automotivos (SAE). Alunos de universidades de todo o país nas áreas de engenharia, principalmente mecânica e elétrica, desenvolvem um protótipo de automóvel para competições de velocidade e também avaliam a segurança do carro e a organização do grupo.
"Além de aprofundarem os conhecimentos práticos da produção, os alunos precisam desenvolver o lado empreendedor, pois têm de manter um organograma, dividir tarefas, ir atrás de patrocínio e superar as diversas dificuldades que podem surgir", conta Antônio Kozlik Júnior, coordenador do curso de Engenharia Mecânica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e coordenador da Equipe de Baja da universidade.
Para Lincoln Andrade Antunes de Almeida, aluno do 4.º ano de Engenharia Mecânica e integrante da equipe de Baja da UTFPR, a participação no projeto e nas competições são um diferencial na formação do aluno. Ele conta que numa entrevista de estágio ganhou pontos por participar do projeto. "Nas atividades do Baja é preciso trabalhar em equipe, superar dificuldades. Desenvolvemos melhor a comunicação, fazemos relatórios e temos contato com outras áreas como a administrativa, a criativa e também o empreendedorismo, aspectos pouco explorados na sala de aula."