Durante o dia de ontem, as principais mídias sociais refletiam o ânimo de milhares de brasileiros que tentavam se inscrever no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e não conseguiam. O estudante deve estar inscrito no site do Sisu para ter a possibilidade de ocupar uma das 83 mil vagas em 83 universidades federais do país. No Twitter, mais de 800 mensagens foram registradas em menos de uma hora. Eram reclamações relacionadas à falta de acesso à página do Ministério da Educação (MEC) e da burocracia de conseguir uma senha para dar andamento ao processo. A ferramenta passou a ser chamada pelos internautas de "Sistema Impossível de Ser Utilizado" e "Sistema Inovador de Sofrimento do Universitário".
O dia de ontem foi um sufoco para os estudantes curitibanos Michel Henrique Zung de Andrade, 20 anos, e Rafaele Farias Tomaz, 18 anos. Nenhum deles havia conseguido fazer inscrição no Sisu até o começo da noite de ontem por causa de problemas técnicos no site. A mensagem era sempre a mesma: "Página não encontrada".
Andrade tentou no mínimo 20 vezes, conta ele. Há quatro anos está à espera de uma vaga em Medicina. Passou na Universidade Positivo, mas quer cursar uma federal. "Você precisa abrir o site, colocar o número de inscrição, senha e confirmar. E quando acha que tudo deu certo, não passa mais dessa página", lamenta. Mesmo escolado, porque no ano passado levou um dia inteiro para conseguir a inscrição, tem medo de ficar de fora.
Demora
Lentidão é outro aspecto lembrado por Rafaele. Ela até conseguiu acessar a página às 10h30 de ontem, depois de mais de duas horas na frente do computador. No entanto, quando passou do primeiro passo da inscrição, a página caiu. Ela quer uma vaga em Nutrição, na Universidade Federal do Paraná (UFPR), ou Letras, como segunda opção, na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).
Paula Ribeiro Fava, 18 anos, porém, teve mais sorte. Às 15h30, depois de inúmeras tentativas desde domingo, ela finalmente conseguiu fazer a inscrição para o curso de Biologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e, como segunda opção, na UFPR. Aliviada, acreditou que não ia conseguir. À meia-noite de domingo, ela até conseguiu acessar a página, mas não teve a opção de colocar o curso.