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Depois que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi transformado em vestibular, em 2009, as escolas deixaram de receber boletins que mostravam o desempenho pelas competências avaliadas no exame. Os diretores das escolas reclamam e apontam que não têm mais ferramentas para usar o resultado do Enem como parâmetro para melhorar seus cursos.

Para os diretores, o Enem perdeu a função de avaliação do último ciclo da educação básica. Antes, as escolas podiam receber um boletim que trazia o desempenho dos alunos nas cinco competências da prova objetiva e nas variáveis que compõem a avaliação da redação. As competências fazem parte da matriz de referência do Enem - eixos cognitivos comuns a todas as áreas.

Mesmo considerado importante pelas escolas, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), braço do Ministério da Educação (MEC) responsável pelo Enem, abandonou os boletins a partir de 2009. "Se a intenção é induzir a melhoria do ensino pelo Enem, precisa aproveitar melhor os resultados", diz o diretor do Colégio Equipe, Luis Marcio Barbosa.

O diretor afirma que o antigo boletim oferecia inúmeras possibilidades de uso pedagógico. "Podíamos levantar mais hipóteses, ver que em uma determinada habilidade os alunos foram melhores que em outras, que precisamos trabalhar melhor o texto argumentativo, a análise de interpretação de gráficos. Coisas que apenas uma média da escola não proporciona."

Atualmente, o Inep divulga apenas a média das escolas nas notas das provas objetivas - levando em conta a correção pela Teoria de Resposta ao Item (TRI) - e na redação. São dessas informações que saem os rankings de escolas, criticados por especialistas e diretores.

O Inep promete fornecer neste ano para as escolas uma nova interpretação da escala de proficiência (que reflete as competências) do Enem. O Inep afirma que está "estudando novas formas de auxiliar as escolas em seus processos de análise e avaliação dos resultados".

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