O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Luiz Cláudio Costa, disse hoje (9) que a instituição estuda a possibilidade de colocar lacres eletrônicos em todos os malotes de transporte de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os lacres eletrônicos registram o horário do fechamento do malote na gráfica e o horário em que foi aberto no local de aplicação da prova, aumentando assim a segurança no processo.
"Os resultados são extremamente positivos e nos dão muita segurança sobre a hora exata em que os malotes são abertos", disse Cládio Costa ao participar de audiência pública sobre correção de provas do Enem na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. No Enem de 2012, os lacres eletrônicos foram usados para fechar dez mil malotes de provas, cerca de 25% do total. Os lacres podem ser usados em até seis exames.
Ao discutir os critérios de correção e os erros em redações do Enem, a professora de Linguística da Universidade de Brasília (UnB), Ormezinda Ribeiro, disse que erros isolados não desqualificam o texto e podem fazer parte do processo de aprendizado. "Quero entender que meu aluno pode cometer um erro, até por conta da pressão. Isso não o desqualifica como ser que pensa em escrito. Se ele for uma pessoa que sabe pensar e chegar com erros de ortografia na universidade eu vou trabalhar com ele", disse.
O integrante do Conselho Nacional de Educação (CNE), Francisco Soares, defendeu o rigor no processo de correção das redações. "Esse processo de correção de redação, que é muito importante, ainda não está completamente maduro", completou.
O presidente do Inep disse aos participantes da audiência pública que o Ministério da Educação (MEC) aumentou a quantidade de corretores das redações, ampliou o treinamento e o valor pago por redação corrigida. "O compromisso com a norma padrão escrita está claramente exposto para quem leu editais e manuais", disse.
As inscrições para o Enem de 2013 serão abertas na próxima segunda-feira (13) e vão até o dia 27 de maio. Para essa edição do exame, o MEC anunciou mudanças no edital para tornar mais rigorosa a correção da redação. Textos com inserções indevidas serão zerados e serão aceitos apenas desvios gramaticais excepcionais e que não caracterizem reincidência. Antes, eram permitidos "escassos" desvios.