O Ministério da Educação (MEC) eliminou em 2013 1.522 candidatos que tentaram fraudar ou cometeram alguma irregularidade no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). De acordo com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, são casos que vão de uso de telefone celular no dia do exame até tentativa de entrar com ponto eletrônico no local de prova.
A Polícia Civil de Minas Gerais constatou indícios de que uma quadrilha que fraudava vestibulares de faculdades particulares de medicina no Estado e no Rio teriam atuado também na última edição do Enem. Segundo as investigações, a quadrilha teria vendido respostas em Barbacena (MG).
Mercadante disse que o MEC ainda não conhece as investigações. "Até o momento, nada foi encaminhado para o MEC. Há o indício e queremos apurar com rigor, mas não recebemos nenhum nome, em qual escola essas pessoas teriam entrado, para fazermos os cruzamentos", disse nesta sexta-feira, 20, em evento na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), na capital paulista. Dentre os que foram eliminados do exame, 396 são de Minas - quatro deles, de Barbacena. O MEC, conforme ele, não sabe se eles fazem parte do bando investigado pela polícia mineira. Mercadante não deu detalhes sobre participação de fiscais da prova em irregularidades.
O ministro da Educação descartou qualquer possibilidade de cancelar o exame parcial ou totalmente. "São todos casos isolados", disse. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão ligado ao MEC que organiza o Enem, divulgou nota sobre o caso. "Como o Inep, até o momento, não teve acesso a qualquer nome de possível beneficiado pelo esquema, é impossível verificar se os supostos beneficiários da quadrilha estão entre os 1.522 candidatos já excluídos do exame por fraude", afirmou o instituto.
Desde o início de dezembro, a Polícia Civil mineira constatou indícios de que a quadrilha que fraudava vestibulares de faculdades particulares de medicina de Minas e do Rio também teria vendido gabaritos do Enem. A quadrilha foi desbaratada por meio da Operação Hemóstase, que já teve execução de 21 mandados de prisão preventiva e resultou no indiciamento de 36 suspeitos por envolvimentos nas fraudes de vestibulares de medicina. De acordo com o responsável pelas investigações, delegado Fernando Barbosa Lima, de Caratinga (MG), o suspeito apontado como chefe do grupo, José Cláudio de Oliveira, de 41 anos, teria tido também acesso às provas do caderno amarelo.
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