Estudantes protestam com faixas na Rua XV, no Centro de Curitiba| Foto: Vanessa Prateano/ Agência de Notícias Gazeta do Povo
Estudantes protestam em Curitiba nesta segunda-feira (15)
Estudantes reclama dos erros na prova do Enem 2010
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Cerca de 400 estudantes protestaram contra os erros do Exame Nacional do Ensino 2010 (Enem) na Praça Santos Andrade, no Centro de Curitiba, na tarde desta segunda-feira (15). Com faixas, os manifestantes reclamam dos problemas que a prova apresentou. O movimento teve início na Boca Maldita, às 14h30, e seguiu em direção à Praça Santos Andrade, onde se concentraram na escadaria do prédio da Universidade. Em seguida, os estudantes deixaram a praça em direção ao Largo da Ordem, onde o protesto se encerraria.

"O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) foi apenas o gatilho que faltava", disse uma das organizadoras do movimento, que pediu para ser chamada apenas de "mais uma cara amarela". Os estudantes pintaram os rostos de amarelo.

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"Nas ruas, nas praças, quem disse que sumiu. Aqui está presente o movimento estudantil", foi uma das palavras de ordem mais gritadas durante a manifestação que agitou a cidade, bastante esvaziada em razão do feriado da Proclamação da República. "Estamos protestando contra o descaso do governo com a educação em geral, está tudo focado mais na politicagem", disse a organizadora. "Se depender de nós, o movimento estudantil será retomado."

Em meio às várias faixas e cartazes, uma sugeria que a presidente eleita, Dilma Rousseff, nomeie o deputado eleito, Francisco Everardo Oliveira Silva (PR-SP), o Tiririca, para o Ministério da Educação. "Pior que 'tá' não fica", dizia o cartaz. Os estudantes iniciaram a caminhada com narizes de palhaço, mas, na metade, obedeceram ao grito de que ninguém ali era palhaço e jogaram fora. "Cara amarela, qual é sua missão? Mudar o ministério, mudar a educação", cantavam os manifestantes.

O protesto foi organizado através das redes sociais, em solidariedade aos colegas que foram prejudicados com a troca de gabaritos e a ausência de questões no caderno amarelo. "É em solidariedade aos nossos colegas, que estudam o ano inteiro como nós, e são vítimas de um erro desses. Todo ano é a mesma coisa, é preciso dar um basta", afirma o estudante Cidnei Baptista.

De acordo com outro estudante, Franco Rovedo, o protesto foi organizado no feriado para não comprometer as aulas. "Seria hipocrisia pedir mais respeito com a educação e matar aula para fazer o protesto".

O estudante de Pedagogia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Fabiano de Jesus, por sua vez, reclamou que o governo federal tem procurado ampliar as vagas para as universidades federais, mas, ao mesmo tempo, tem diminuído os recursos. Ele disse temer que, no próximo governo, a UFPR, em razão do Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Ampliação das Universidades Federais (Reuni) adote a aprovação automática de alunos, independentemente do aproveitamento escolar, visto que a meta é ter no mínimo 90% de aprovados, além de haver um aumento de 12 para 18 alunos por professor.

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