Higor foi descoberto pelo programa Bom Aluno e passou em Jornalismo na UFPR| Foto: Pedro Serápio/ Gazeta do Povo

Dia 14 de janeiro de 2011. Uma data que Higor Fran­cisco Lambach não es­­que­­cerá tão cedo. Primeiro porque foi seu aniversário de 18 anos. Segundo porque a data marcou sua entrada na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Foi um belo presente, mas ainda maior foi a emoção de ver a satisfação de sua mãe com a vitória. "O olhar dela no dia do trote foi de­mais. Foi o que mais me marcou", conta o calouro, que além do 5.º lu­gar em Jornalismo na UFPR também passou na Universidade Fe­deral de Santa Catarina (UFSC), na Uni­versidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), na FAE Centro Uni­­versitário e na Universidade Posi­tivo.

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A história ganha ainda mais valor porque não foi uma conquista simples. Higor vem de uma família humilde, em que é o primeiro a ingressar no ensino superior. Os pais se separaram quando ele tinha 5 anos e a mãe, Silvana Francisco, criou os dois filhos. Sem condições financeiras para pagar uma escola particular e com problemas de saúde, os estudos ficaram a cargo da rede pública de ensino. Na 5.ª série foi aprovado para um programa que apoia bons estudantes de baixa renda. "Não foi só dar uma bolsa em uma escola particular e dinheiro. O programa deu apoio psicológico e pedagógico, o que fez muita diferença", conta ele, que mais tarde descobriu que era superdotado.

A oportunidade para Higor apareceu com o programa Bom Aluno, que neste ano teve 14 dos 20 integrantes aprovados na Federal e mais três na Universidade Tecno­lógica Federal do Paraná (UTFPR), conta Ozil Coelho Neto, diretor do Instituto Bom Aluno. "O aproveitamento é de 100% todos os anos, com ótimos desempenhos. Os que não passaram nas públicas é porque escolheram cursos que só existem em particulares". Foi assim também com Suellen Linessio Grevinski, 18 anos, aprovada em Estatística na UFPR. Filha de mãe autônoma e pai pedreiro, foi descoberta pelo programa. "Creio que nada disso teria acontecido se eu não tivesse apoio. Normalmente quem tem uma vida em colégio público acaba conseguindo um estágio ou um emprego e larga os estudos. Mais do que dinheiro, o programa me fez pensar no futuro", conta.

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Formando e transformando vidas

O programa Bom aluno dá oportunidade para bons estudantes de famílias de baixa renda para que eles se tornem agente transformadores da sociedade. Os alunos não se inscrevem diretamente, mas são escolhidos na rede pública de ensino e passam por testes para entrar no programa.

Ao entrar recebem bolsas em escolas particulares e acompanhamento total do projeto. "São talentos que poderiam ser desperdiçados. Queremos fazer com que esses jovens tenham futuro e façam a diferença nesse país", diz o diretor do Instituto Bom Aluno, Ozil Coelho Neto. Em contrapartida, os estudantes devem manter notas acima da média e a frequência nas aulas. "Acompanhamos eles até onde os sonhos forem, não só até a graduação. Há estudantes no mestrado, doutorado e até fazendo MBA no exterior."

O programa, que começou com 30 alunos em 1993, foi premiado nacional e internacionalmente e conta com diversas franquias espalhadas pelo país. No Paraná, mais de 400 estudantes já foram beneficiados. Por causa de dificuldades financeiras, o Instituto diminuiu o número de benefícios.

Atualmente ele busca parceiros para manter o programa ativo. Saiba como ajudar no site http://www.bomaluno.com.br

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