Faz tempo que o vestibular tradicional deixou de ser o único meio de acesso para o ensino superior. Além do uso do desempenho no Enem como critério de seleção, o vestibular agendado tem se tornado comum em instituições privadas, que defendem a comodidade que o sistema oferece aos alunos. Esse tipo de avaliação, no entanto, ainda desperta dúvidas quanto ao rigor da seleção.
Em geral, nessa modalidade o candidato marca o dia e a hora para fazer a prova ou escolhe uma das datas pré-determinadas pela instituição. O teste é montado com base em um banco de questões que escolhe as perguntas aleatoriamente. Esse sistema garante que a prova aplicada em determinada data não seja igual àquela aplicada há dois dias, por exemplo.
Para Fábio Fonseca, presidente da Comissão de Vestibular das Faculdades Opet, o rigor e a capacidade avaliativa da prova agendada são iguais aos dos vestibulares tradicionais. Alguns concursos estabelecem uma nota como linha de corte para não correrem o risco de aprovarem candidatos com desempenho muito baixo. Nas Faculdades Dom Bosco, por exemplo, a nota mínima é de 400 pontos. Como a prova é eletrônica, o sistema calcula os erros e acertos e a nota sai logo em seguida.
Formalidade
Segundo o consultor educacional Renato Casagrande, é preciso diferenciar as instituições que procuram dar seriedade ao seu processo seletivo daquelas que o tratam como mera formalidade. "Se pudessem matricular sem vestibular, muitas faculdades privadas fariam isso. A prova é só uma forma de cumprir a lei." Casagrande refere-se à Lei 9.394, de 1996, pela qual fica estabelecido que o acesso aos cursos de graduação devem ocorrer via processo seletivo.