O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da Univer­­sidade Federal do Paraná (UFPR), em reunião na manhã de ontem, decidiu por adiar o reinício das aulas da instituição para o dia 8 de agosto. No calendário original, as aulas deveriam começar já na próxima segunda-feira, dia 1.º.

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De acordo com a UFPR, a decisão foi tomada devido à impossibilidade de algumas de suas atividades administrativas serem realizadas por causa da greve dos servidores técnico-administrativos, iniciada em 15 de junho. O prazo maior para o início das aulas também serviria para aumentar o tempo de negociação com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral do Paraná (Sinditest), que representa os servidores.

"Avaliamos o quadro e percebemos que seria difícil manter a data para o dia 1.º. Decidimos, então, adiar a retomada em uma semana", afirmou o reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho. Ele lembra que no período noturno de Engenharia Mecânica, nos cursos de Medicina e Direito, em Curitiba, e no câmpus do litoral as aulas devem reiniciar na segunda-feira.

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Atendimento mínimo

A reunião também decidiu pela criação de uma comissão, com alunos e professores, que deve, a partir de hoje, negociar o atendimento mínimo de alguns setores com o comando de greve. Segundo o presidente do Sinditest, Wilson Messias, no entanto, as aulas teriam de ser adiadas invariavelmente, devido ao atraso nas matrículas. O serviço é um dos que está paralisado, impossibilitando o registro dos alunos.

O adiamento, na opinião de Messias, seria, então, uma maneira de a universidade esperar por uma suspensão do movimento. Na última segunda-feira, a Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com uma ação no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para tentar terminar com as greves, que atingem 35 universidades no país. A intenção da AGU é que as paralisações sejam declaradas ilegais e suspensas pelo STJ. Se a interrupção não for aceita, o órgão deve exigir que ao menos 70% dos servidores retornem ao trabalho.

"Teria um atraso de qualquer forma, por causa dos prazos das matrículas. O que acontece é que a universidade agora quer esperar para lidar com a nossa situação e ver se uma decisão superior acaba com a greve. Estão empurrando com a barriga", diz Messias. "Dificilmente, alguma postura será tomada pela UFPR antes do julgamento do STJ. A questão da AGU que irá definir tudo". Zaki Akel nega que esta seja a intenção. Segundo ele, o objetivo é agilizar o reinício das aulas com a maior parte da estrutura possível.