O romance Lavoura Arcaica, de Raduan Nassar, é uma das novidades na lista de leituras obrigatórias para o vestibular da UFPR e promete ser uma das mais complexas de serem estudadas pelos estudantes. A história envolve uma família tradicional libanesa cristã. O narrador é André, que apresenta um conflito interior e uma grande convulsão sentimental. Ele foge de casa depois de se apaixonar pela irmã, Ana. O pai manda o filho mais velho, Pedro, em busca de André para trazê-lo de volta para casa. A história faz uma referência à parábola bíblica do filho pródigo e traz uma forte carga sexual, porém, nada explícito. Através da sexualidade, André extravasa a sua personalidade e expõe a sua insatisfação com o regime cheio de regras ditado pelo pai. A narrativa é dividida em duas partes: "A Partida" e "O Retorno". O primeiro capítulo é formado por um parágrafo único de 66 linhas e todo o enredo deixa claro o conflito principal entre dois extremos: liberdade versus regras. Confira algumas orientações dos professores de Literatura Marcelo Müller, do curso Dom Bosco, e Jaqueline Marcelino, do Colégio Estadual Helena Kolody.
Como ler
O livro exige dedicação do leitor por usar prosa poética e um vocabulário elaborado. Além disso, é preciso ficar atento ao uso das metáforas e aos trechos sonoros da obra. Uma dica é fazer uma revisão das figuras de linguagem antes de iniciar a leitura. Outra orientação é reler o capítulo 5 quando chegar ao capítulo 29. Os dois capítulos são iguais, apresentando apenas tempos verbais diferentes.
Personagens
Os personagens podem ser entendidos em duas ramificações diferentes na obra de Nassar. De um lado, está o núcleo da família que prima pelo afeto, pelo sensorial, como o narrador André, a irmã caçula Ana, o irmão mais novo Lula e a mãe. Do outro, fica o núcleo da tradição, composto pelo pai, o irmão mais velho Pedro e as duas irmãs mais velhas.
Espaço
Raduan Nassar usa dois espaços principais na obra. Na primeira parte, o cenário é um quarto da pensão onde André mora depois de fugir de casa. Na segunda parte, a fazenda da família de André torna-se o palco da história narrada pelo protagonista.
Tempo
O tempo não é linear, o que pode causar um pouco de confusão no leitor. A história vai e vem sem seguir uma cronologia, embora seja possível entender a sequência de acontecimentos. Müller explica que a metáfora do tempo é forte e muito rica na história. O relógio é o objeto que aparece constantemente na narrativa. É possível perceber que o pai de André tenta refrear o tempo na história, impondo as regras e a tradição na família.
Questões
Para Jaqueline, as questões da prova da UFPR podem abordar dois assuntos principais sobre o livro. O primeiro é a família, no qual podem cair questões sobre o relacionamento familiar entre André e o pai e o incesto entre André e a irmã, Ana. Outro ponto que pode ser cobrado é a relação entre o sagrado e o profano, aspecto muito presente no enredo.
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