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A candidata Tatiane Andressa da Silva foi uma das 2.620 convocadas para fazer o exame novamente em Curitiba | Hugo Harada / Gazeta do Povo
A candidata Tatiane Andressa da Silva foi uma das 2.620 convocadas para fazer o exame novamente em Curitiba| Foto: Hugo Harada / Gazeta do Povo

Candidatos vão à Justiça para refazer exame

Isadora Rupp, com Folhapress

Além dos cerca de 9.500 estudantes chamados para refazer ontem a prova de Ciências Humanas e da Natureza do Enem, que havia sido aplicada em 6 de novembro, outros 35 estudantes que estavam fora dos editais de convocação conseguiram na Justiça o direito de ser incluídos na prova. Em Curitiba, pelo me­­nos três estudantes fizeram a prova por força de liminares.

Nas Faculdades Integradas do Brasil (Unibrasil), no Tarumã, Mar­cela Gayer, 18 anos, chegou acompanhada pela advogada Fernanda Vanini Ibrahin Penteado. A estudante apresentou uma liminar expedida no final de terça-feira pela Justiça Federal do Paraná, além do comprovante de ensalamento do exame. Ela ingressou com uma Ação Ordinária com pedido de Tutela Antecipada e obteve decisão favorável da juíza Soraia Túlio, da 4.ª Vara Federal.

Marcela recebeu a prova amarela com problemas em 6 de novembro, mas não teve o exame substituído e não foi convocada para refazer o Enem. A decisão determinava que ela poderia se dirigir a qualquer um dos locais de aplicação da prova em Curitiba. "Como não sabíamos de nenhum local, porque o Inep não havia divulgado essa informação, estávamos em um impasse", explicou a advogada. Marcela descobriu o endereço ontem, quando entrou no site do Inep com o número do CPF e imprimiu o comprovante de ensalamento.

Segundo, os organizadores da prova na Unibrasil, os fiscais foram orientados a liberar a entrada de todos os estudantes com liminares, mesmo que eles estivessem sem o comprovante de ensalamento. O local foi um dos que recebeu o maior número de alunos em Curitiba, cerca de 1,2 mil.

Menos da metade dos 9,5 mil estudantes de 17 estados brasileiros convocados pelo Ministério da Educação (MEC) para a reaplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) refizeram, ontem, a prova de Ciências Humanas e Ciências da Natureza. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), apenas 4.450 pessoas comparaceram, o equivalente a 47% dos convocados. Os gabaritos e as provas reaplicadas ontem serão divulgados no portal do Inep na próxima terça-feira, às 18 horas. Os resultados do Enem 2010 estarão disponíveis na primeira quinzena de janeiro.De acordo com o Inep, nos estados do Paraná e Santa Catarina mais de 60% dos candidatos foram prejudicados pelos problemas na prova de cor amarela, no exame aplicado em 6 de novembro. Conforme o Inep, aos convocados para a reaplicação da prova que não compareceram prevalece a nota do primeiro exame sem qualquer prejuízo.

Segundo o MEC, 2.620 estudantes foram chamados para fazer a nova prova em Curitiba. Em todo o estado, o ministério entrou em contato com 2.708 candidatos. Dados preliminares apontam que o índice de comparecimento no Paraná foi de 60%.

Em algumas cidades, porém, o porcentual de abstenção superou em muito a média. Em Pitanga, na Região Central do Paraná, de 21 estudantes, apenas seis participaram do exame (28%). Em Goioerê, na Região Centro-oeste do estado, dos 20 inscritos apenas sete entraram em sala de aula (35%). Em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, de 8 alunos, metade compareceu. Em Florianópolis (SC), a abstenção chegou a 75%. Em Salvador (BA), sete dos 16 alunos convocados pelo MEC fizeram a prova.

A abstenção não surpreendeu o ministro da Educação, Fernando Haddad. "Isso mostra que alunos não se sentiram prejudicados." Ele afirmou que o ministério procurou ser "o mais abrangente possível" ao estabelecer critérios para que os alunos pudessem fazer a prova novamente. O ministro descartou a possibilidade de que o baixo comparecimento tenha ocorrido por falta de interesse após as falhas apresentadas neste ano.

No interior do Paraná, as chuvas podem ter motivado parte das abstenções. "Como a maioria dos candidatos reside na zona rural, acredito que a desistência se deu por conta do excesso de chuvas na cidade. Muitos deles ficaram impedidos de sair de casa por causa da situação precária das estradas rurais", argumentou o responsável pela aplicação do Enem, em Pitanga, Clemente Gaioski.

Colaboraram Isadora Rupp, Dirceu Portugal, correspondente em Campo Mourão, e Ismael de Freitas, da sucursal de Ponta Grossa, especial para a Gazeta do Povo.

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