O ministro da Educação, Fernando Haddad, chegou às 11h15 desta terça-feira (16) à Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado para prestar esclarecimentos sobre os problemas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), aplicado nos dias 6 e 7 de novembro. Provas do exame tinham questões faltando e os gabaritos também apresentaram problemas.
Na entrada, ele repetiu os argumentos que já havia levantado na semana anterior, quanto à validade da reaplicação da prova apenas aos prejudicados. Ele também disse que o Ministério da Educação aguarda uma resposta da Cesgranrio, responsável pela elaboração da prova ao lado do Cespe, para definir a data da reaplicação.
Na quarta-feira (17), o ministro foi convidado para falar na Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados sobre o mesmo assunto, a partir das 10h.
O pedido da audiência no Senado foi feito por Marisa Serrano (MS), vice-presidente do PSDB, na semana anterior. "Sou a favor do Enem, mas ele se transformou em um grande vestibular estatal e o que precisamos é resgatar a questão fundamental do Enem, que é ele ajudar a desenvolver o ensino médio no país", disse a senadora.
No mesmo dia em que o convite foi feito, Haddad afirmou, após visita à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que a iniciativa partiu dele mesmo. "Foi a meu pedido. Eu liguei para a senadora Fátima Cleide (PT-RO) e para o deputado [Angelo] Vagnoni (PT-PR) (presidentes das comissões na Câmara e no Senado hoje pela manhã me colocando à disposição, como fiz no ano passado", afirmou.
Após o Tribunal Regional Federal da 5ª Região derrubar a liminar que suspendeu o exame e a divulgação do resultado das provas, o Ministério da Educação divulgou no final da tarde de sexta-feira (12) os gabaritos do Enem 2010.
O procurador Oscar Costa Filho, do Ministério Público Federal do Ceará, que já havia feito os pedido de suspensão e de anulação do exame, afirmou também na sexta que entrará com recurso contra a decisão que liberou o Enem.
Exame
Cerca de 3,3 milhões de estudantes participaram do Enem 2010. Logo depois da primeira prova, no sábado, os estudantes reclamaram de erros na folha de respostas e no caderno de provas amarelo.
Na folha de respostas, os enunciados das áreas de conhecimentos estavam invertidos, na comparação com o caderno de questões. Alguns alunos alegam que preencheram o gabarito de forma invertida.
Estudantes que fizeram a prova amarela reclamaram que faltavam questões, outras estavam repetidas, a sequência numérica estava errada e havia, inclusive, páginas da prova branca incluídas no mesmo caderno. A estimativa é que cerca de 2 mil alunos tiveram problemas com a prova amarela.