A morte do terrorista Osama bin Laden, anunciada no dia 1º de maio, trouxe de volta à mídia todo o histórico e as consequências dos atentados de 11 de setembro de 2001, quando dois aviões sequestrados atingiram e derrubaram as Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York. Se o aniversário de dez anos da tragédia já colocava o acontecimento como forte candidato a surgir nos vestibulares deste ano, a captura e execução do mentor dos ataques, o homem mais procurado do mundo, torna certa a presença do assunto nas questões de Geopolítica ou até nos temas de redação.
Na época, o atentado suicida transformou as relações internacionais e o medo de uma nova guerra veio à tona. Além dos dois aviões que derrubaram as torres do WTC, uma terceira aeronave atingiu o principal edifício militar dos Estados Unidos, o Pentágono, e outra caiu em campo aberto. Foi a maior tragédia da história recente no país, resultando em cerca de 3 mil mortes.
Quando enfim a autoria dos sequestros foi assumida pela rede terrorista Al-Qaeda, organização liderada por Osama, teve início a ação militar chamada de guerra ao terror, envolvendo serviços de inteligência e o envio de tropas norte-americanas para países suspeitos de abrigar terroristas.
Perfil
Apesar das controvérsias despertadas pela política de defesa dos Estados Unidos, a morte do líder da Al-Qaeda foi amplamente comemorada pelo povo norte-americano e avaliada pelo governo como símbolo de sucesso da estratégia contra o terrorismo. Osama bin Laden nasceu na Arábia Saudita e era filho de um dos homens mais ricos do país. Ele e a rede fundamentalista islâmica que formou ganharam fama mundial depois de 2001, mas a Al-Qaeda foi promotora de numerosos ataques anteriores no Oriente Médio e na África.
Apesar de ter se tornado o alvo principal da maior perseguição já realizada pelo FBI, Bin Laden recebeu ajuda do governo norte-americano no início da década de 1980, quando fez parte dos grupos de resistência à invasão promovida pela União Soviética no Afeganistão.
Depois dos ataques aos Estados Unidos, o terrorista voltou a fazer aparições em vídeos divulgados pela internet, mas seu paradeiro manteve-se desconhecido até esse mês. Contrariando as suspeitas de que estaria vivendo em cavernas, Bin Laden foi encontrado na cidade de Abbotabad, próximo à capital paquistanesa Islamabad, numa residência usada como fortaleza.
Como o tema deve cair
Segundo o professor de História Renato Mocelin, do Curso Positivo, o tema deve surgir como pano de fundo para outras discussões, como os processos de colonização europeia na África e na Ásia e a origem do terrorismo. "O aluno deve lembrar que o terrorismo é algo muito antigo e que não se pode vinculá-lo apenas ao Islã. Entre os muçulmanos, os fundamentalistas são minoria", diz Mocelin.
O choque de civilizações entre o Ocidente e as nações islâmicas é outra abordagem possível, especialmente devido às recentes revoluções na Tunísia, no Egito e na Líbia. De acordo com o professor de Geografia Marcos de Franco, do Decisivo, há um novo alinhamento político que merece ser considerado.
Para Marcus Guilherme Bianco, professor de História do Curso Dom Bosco, o que mais importa são as reflexões sobre as consequências da política externa norte-americana. "As intervenções dos Estados Unidos no mundo árabe e a busca de um novo inimigo depois do fim da Guerra Fria são pontos importantes", lembra.