Professores podem diminuir a tensão e dar bons conselhos
Em meio a tanta cobrança e pressão, o aluno precisa de um ombro amigo para reclamar e pedir conselhos. Quem vai cumprir esse papel é o professor, profissional que, na grande maioria dos casos, tem muitos anos de experiência. Por isso, muitos cursinhos criaram um departamento específico de atendimento ao aluno que geralmente é coordenado por um docente que tem contato direto com os estudantes.
Ivo Carraro, coordenador de atendimento ao aluno do Curso Positivo, recebe muitos estudantes aflitos com a cobrança dos pais e até de amigos. Para ajudar é preciso muita conversa, disposição para ouvir e conselhos de quem vê a mesma história se repetir todos os anos. "O nosso papel é preparar o vestibulando da melhor forma possível para que ele ganhe segurança nos estudos e compense aquele outro lado que está mais frágil, o da cobrança familiar", comenta.
Ano de vestibular não é tenso apenas para o aluno, mas também para os pais. A expectativa para que o filho conquiste uma vaga no ensino superior é tão grande que muitas vezes a família pode exagerar na cobrança e, ao invés de ajudar, atrapalhar o resultado final. Em certos casos a pressão é tanta que um bom aluno pode ter uma crise de nervosismo na hora da prova e até desmaiar.
Lidar com tudo isso não é fácil. De acordo com a professora do curso de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Patrícia Guillon, o aluno necessita buscar controle emocional para estudar arduamente e, ao mesmo tempo, driblar a cobrança. "É difícil, mas o vestibulando precisa pensar em alcançar uma meta para si próprio e não em agradar aos outros", diz Patrícia.
Essa situação, explica a psicóloga, faz parte de um processo que tem de ser vencido em vários aspectos. E, para passar por isso da melhor forma possível, o primeiro passo é que pai e mãe entendam que em ano de vestibular a cobrança tem de ser substituída pelo apoio.
Foi isso que aconteceu na família dos irmãos gêmeos Luíza e Raul Nishi Pigatto, de 17 anos. Os dois procuraram concentrar as energias nos estudos, enquanto os pais deram apoio e evitaram cobranças. "A calma com que eles lidaram com o assunto contribuiu muito para que fôssemos aprovados", diz. Sem pressão, eles conseguiram um resultado de dar orgulho: ela passou em Engenharia Civil na PUCPR e na UFPR; ele em Medicina na PUCPR.
Outras pressões
Além da cobrança pela aprovação, alguns pais impõem ao filho a escolha de determinado curso, geralmente aqueles com maior status e que teoricamente possam proporcionar um melhor retorno financeiro. Nesse caso, na opinião do diretor do curso pré-vestibular Acesso, Lawrence Chiu, cabe ao aluno insistir na opção desejada.
Outra forma de deixar o vestibulando apreensivo é quando a família limita as opções de universidade. A maioria, cerca de 60% segundo Chiu, exige que o filho preste vestibular apenas em instituições públicas. Nesse caso não há saída fácil. A dica é não pensar nisso para evitar desanimar com a sensação de que terá apenas uma chance.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Deixe sua opinião