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Análise

Os problemas que racharam o Enem 2010

Veja a sequência de erros que ocorreram com o Enem |
Veja a sequência de erros que ocorreram com o Enem (Foto: )

Os problemas ocorridos no primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não prejudicaram apenas os candidatos que receberam provas e gabaritos com erros de impressão e montagem. Os outros estudantes também ficaram abalados e inseguros com relação à credibilidade do processo seletivo. "Notamos uma evasão dos estudantes depois da prova do Enem. Durante uns dois ou três dias, alguns deixaram de vir para a aula, porque ficaram muito tensos. Tivemos aluno que não teve problemas na prova, mas como ouviu muitas reclamações nem foi no segundo dia do exame", conta Renato Ribas Vaz, diretor do Curso Positivo, de Curitiba. Nos dois dias do Enem, a abstenção no Brasil foi de quase 30%.

Além da falta de confiança no exame, existe entre os estudantes a expectativa com relação à anulação ou não das provas. O Vestibular da Gazeta do Povo recebeu em seu site centenas de comentários sobre o assunto. Alguns alunos defendem que todos os candidatos refaçam o Enem, outros, que apenas quem recebeu o teste com erros tenha uma segunda chance. "Não peguei tais provas [as com problemas] e não quero ficar mais dez horas fazendo essa prova insegura", diz Ronaldo Studene Iza, 18 anos. Pedro Vinícius Taques, 25 anos, também é contra o cancelamento geral do exame. Ele não teve problemas com a folha de questões, apenas com o gabarito invertido. "Os fiscais deram a recomendação correta de passar o gabarito seguindo a ordem numérica. Acharia ridículo me expor novamente ao processo seletivo, que é famoso por ser extremamente desgastante e cansativo", afirma.

A reportagem também esteve no Curso Expoente, em Curitiba, para ouvir a opinião dos estudantes. Na avaliação de Priscila Grabowski, 19 anos, todos os alunos deveriam fazer uma nova prova, para garantir igualdade de condições aos candidatos. "Se [a nova prova] for mais fácil ou mais difícil, acabará sendo injusto para os outros candidatos", considera. Segundo o Ministério da Educação (MEC), o Enem é elaborado de acordo com um método matemático (Teoria de Resposta ao Item) que permite que provas diferentes tenham o mesmo grau de dificuldade. As questões são pré-testadas com vários estudantes e as que apresentam o maior número de acertos são consideradas mais fáceis. O diretor do Positivo ressalta, entretanto, que o grau de dificuldade de uma questão varia de aluno para aluno. Uma pergunta considerada difícil para um estudante pode não ser para outro. "Se for aplicada uma nova prova, deveria ser para o Brasil inteiro", defende.

O professor Marco Boin, coordenador de oitava série e ensino médio do Colégio Marista Paranaense, considera que a solução mais justa seria reaplicar a prova para todos os estudantes que a solicitarem. Se o candidato fosse pior na segunda edição, ele poderia utilizar a maior nota. Diretora-geral do Colégio Rio Branco, de São Paulo, Esther Carvalho lembra que a data do novo Enem pode coincidir com os calendários dos vestibulares. Segundo o MEC, uma segunda edição deve ser realizada no último fim de semana deste mês (entre os dias 27 e 28 de novembro) ou no primeiro fim de semana de dezembro. Com o vestibular da Fuvest, o maior do país, agendado para o dia 28 de novembro, a segunda data é a mais provável. Nesse caso, a prova cairia no mesmo final de semana da segunda fase da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Futuro

Como a cada dia surgem novas informações sobre o futuro do Enem e a possibilidade de novas provas serem realizadas, é normal que os estudantes fiquem inseguros. Porém, uma das formas de diminuir a ansiedade é tendo acesso à informação.

E, para isso, o Vestibular da Gazeta do Povo continua sendo o parceiro de sempre. Nosso site traz notícias em tempo real e a análise de tudo o que está ocorrendo. Fique por dentro!

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