Retrospectiva
Entenda o que aconteceu*
O MEC pretende abrir um espaço on line para os alunos prejudicados pelo erro no gabarito solicitarem a correção invertida da prova, além de aplicar um novo Enem para os estudantes que receberam as provas amarelas com problemas de montagem. Na manhã da última sexta-feira (12), o presidente do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, desembargador Luiz Alberto Gurgel de Faria, derrubou a liminar que suspendia o Enem.
Ele entendeu que "a suspensão de um certame envolvendo mais de 3 milhões de estudantes traria transtornos" aos organizadores e candidatos de todo o país e que "a alteração do cronograma do Enem repercutiria na realização dos vestibulares promovidos pelas instituições de ensino superior".
Para a diretora pedagógica do Curso Acesso, de Curitiba, Elvira Sampaio, este é o momento de se concentrar nas provas da UFPR. A universidade, porém, pode ser afetada, já que ele terá peso de 10% na nota final dos alunos que farão o vestibular. Além disso, a Federal vai preencher cerca de 10% das vagas de cada curso pelo Sisu, sistema que seleciona candidatos apenas pela nota do Enem.
* As informações referem-se às decisões tomadas até a data de fechamento da edição de 15/11/2010.
UFPR
Até o momento, a Federal não pretende deixar de usar o Enem na seleção dos futuros calouros. Ficam de fora do Sisu apenas os cursos da UFPR com prova de habilidade específica (Arquitetura, Design e Música) e com processo seletivo estendido (Estatística, Matemática e Matemática Industrial).
E agora?
Com todos os problemas enfrentados pelos estudantes no primeiro dia de provas do Enem e as indecisões sobre o exame, muita gente está sem saber o que vai acontecer.
Os problemas ocorridos no primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não prejudicaram apenas os candidatos que receberam provas e gabaritos com erros de impressão e montagem. Os outros estudantes também ficaram abalados e inseguros com relação à credibilidade do processo seletivo. "Notamos uma evasão dos estudantes depois da prova do Enem. Durante uns dois ou três dias, alguns deixaram de vir para a aula, porque ficaram muito tensos. Tivemos aluno que não teve problemas na prova, mas como ouviu muitas reclamações nem foi no segundo dia do exame", conta Renato Ribas Vaz, diretor do Curso Positivo, de Curitiba. Nos dois dias do Enem, a abstenção no Brasil foi de quase 30%.
Além da falta de confiança no exame, existe entre os estudantes a expectativa com relação à anulação ou não das provas. O Vestibular da Gazeta do Povo recebeu em seu site centenas de comentários sobre o assunto. Alguns alunos defendem que todos os candidatos refaçam o Enem, outros, que apenas quem recebeu o teste com erros tenha uma segunda chance. "Não peguei tais provas [as com problemas] e não quero ficar mais dez horas fazendo essa prova insegura", diz Ronaldo Studene Iza, 18 anos. Pedro Vinícius Taques, 25 anos, também é contra o cancelamento geral do exame. Ele não teve problemas com a folha de questões, apenas com o gabarito invertido. "Os fiscais deram a recomendação correta de passar o gabarito seguindo a ordem numérica. Acharia ridículo me expor novamente ao processo seletivo, que é famoso por ser extremamente desgastante e cansativo", afirma.
A reportagem também esteve no Curso Expoente, em Curitiba, para ouvir a opinião dos estudantes. Na avaliação de Priscila Grabowski, 19 anos, todos os alunos deveriam fazer uma nova prova, para garantir igualdade de condições aos candidatos. "Se [a nova prova] for mais fácil ou mais difícil, acabará sendo injusto para os outros candidatos", considera. Segundo o Ministério da Educação (MEC), o Enem é elaborado de acordo com um método matemático (Teoria de Resposta ao Item) que permite que provas diferentes tenham o mesmo grau de dificuldade. As questões são pré-testadas com vários estudantes e as que apresentam o maior número de acertos são consideradas mais fáceis. O diretor do Positivo ressalta, entretanto, que o grau de dificuldade de uma questão varia de aluno para aluno. Uma pergunta considerada difícil para um estudante pode não ser para outro. "Se for aplicada uma nova prova, deveria ser para o Brasil inteiro", defende.
O professor Marco Boin, coordenador de oitava série e ensino médio do Colégio Marista Paranaense, considera que a solução mais justa seria reaplicar a prova para todos os estudantes que a solicitarem. Se o candidato fosse pior na segunda edição, ele poderia utilizar a maior nota. Diretora-geral do Colégio Rio Branco, de São Paulo, Esther Carvalho lembra que a data do novo Enem pode coincidir com os calendários dos vestibulares. Segundo o MEC, uma segunda edição deve ser realizada no último fim de semana deste mês (entre os dias 27 e 28 de novembro) ou no primeiro fim de semana de dezembro. Com o vestibular da Fuvest, o maior do país, agendado para o dia 28 de novembro, a segunda data é a mais provável. Nesse caso, a prova cairia no mesmo final de semana da segunda fase da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Futuro
Como a cada dia surgem novas informações sobre o futuro do Enem e a possibilidade de novas provas serem realizadas, é normal que os estudantes fiquem inseguros. Porém, uma das formas de diminuir a ansiedade é tendo acesso à informação.
E, para isso, o Vestibular da Gazeta do Povo continua sendo o parceiro de sempre. Nosso site traz notícias em tempo real e a análise de tudo o que está ocorrendo. Fique por dentro!
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