Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foi condenado à morte, enforcado e esquartejado em praça pública há 214 anos, no dia 21 de abril, acusado de conspirar contra o governo português. Ele fez parte da Inconfidência Mineira, um movimento da elite local que pretendia derrubar o sistema imposto pela monarquia portuguesa de cobrança de altos impostos. O apelido veio de uma das profissões que exerceu, a de dentista. Como oficial militar, ele era alferes, uma espécie de tenente da época.
Apesar de ter se tornado um mito, principalmente depois da proclamação da República, que o tornou herói nacional, Tiradentes é uma figura polêmica entre os historiadores. Para alguns, ele foi apenas um seguidor, influenciado por pessoas mais letradas da sociedade mineira do século 18. Entre os inconfidentes, ele era o mais pobre e foi o único a ser morto, mas foi justamente seu martírio que possibilitou aos republicanos transformá-lo em herói da pátria. A primeira vez que o governo federal decretou feriado em sua homenagem foi em 1890.
A partir daí, Tiradentes foi ganhando cada vez mais destaque na história oficial do país, tendo sua imagem reproduzida em livros didáticos. A representação acabou sendo reforçada pelas duas ditaduras do século 20, a de Getúlio Vargas e dos militares, que simpatizavam com a idéia de um herói alferes. Na atualidade, o inconfidente figura como patrono das Polícias Militar e Civil.



