Foz do Iguaçu - A partir de amanhã, quando abrem as inscrições para o Programa Universidade para Todos (ProUni), o Paraná terá disponíveis 11.886 bolsas de estudos para cursos de graduação. No total, os interessados concorrerão a 6.218 bolsas integrais e outras 5.668 parciais (que cobrem 50% do valor da mensalidade no curso escolhido). O estado é o terceiro no ranking nacional no volume de vagas ofertadas, ficando atrás apenas de São Paulo, que soma 38.090 benefícios, e Minas Gerais, com 12.027 bolsas de estudo em instituições particulares de ensino superior.
Até a próxima terça-feira, em todo o país, os interessados poderão se inscrever para concorrer a cinco das 123.170 vagas ofertadas por 1.592 universidades e faculdades. Diferente do que acontecia até as últimas duas edições, as bolsas integrais passaram a ser maioria 80.520, contra 42.650 parciais. A mudança é resultado das alternativas encontradas pelo governo para reduzir o grande número de vagas que acabavam não preenchidas, em especial as de bolsas parciais, as de cursos a distância e as diurnas, o que resultava em um índice de aproveitamento do programa que não ultrapassava 80%.
Essas melhorias foram responsáveis também pela diminuição de 25% no volume de ofertas. A estratégia, segundo o Ministério da Educação (MEC), otimiza o programa que objetiva promover a inclusão de estudantes de baixa renda oferecendo opções que realmente interessem. O desafio do MEC também é manter os alunos até o final do curso. Desde o primeiro processo seletivo, em 2005, foram concedidas mais de 748 mil bolsas. Destas, 440 mil estão ativas e cerca de 2 mil bolsistas se formaram.
Como admite a coordenação do programa, nem sempre a opção escolhida é a que de fato interessa ao candidato. Outros fatores como a necessidade de cursar a faculdade em outra cidade e até mesmo a extinção do curso por falta de alunos impossibilitam a conclusão. Esse não será, no entanto, o caso do estudante Lucas Meurer Kowalski, aluno do sétimo período do curso de Sistemas de Informação, em Foz do Iguaçu. Ele lembra que sem a bolsa integral não conseguiria fazer a faculdade na área que almejava desde o ensino médio.
"Fiz o [Exame Nacional do Ensino Médio] Enem, consegui nota suficiente para uma vaga no curso de Educação Física, mas não era o que eu queria. Insisti, prestei o vestibular e entrei para o curso de Sistemas de Informação. Fiquei um ano pagando as mensalidades que hoje chegam a R$ 500. No final do ano, fiz o Enem de novo e consegui uma das duas vagas [de bolsa integral] disponíveis para o meu curso", comemora, ao destacar que, como a cidade não oferece cursos em universidades públicas na mesma área, se quisesse investir na carreira teria de arcar com os custos ou desistir, ao menos por enquanto, da graduação.