A Polícia Federal (PF) concluiu que houve vazamento da prova do Enem, aplicada no início do mês. Duas pessoas foram indiciadas. Elas são acusadas de violação de sigilo funcional. A PF não revelou os nomes dos indiciados.
Segundo a investigação, uma professora do município de Remanso, na Bahia, viu o texto de apoio da redação cerca de duas horas antes da aplicação da prova.
Ela abriu um caderno de questões destinado a deficientes visuais duas horas antes do início das provas.
Em depoimento, segundo a PF, a professora afirmou que, após folhear rapidamente o caderno, telefonou para seu marido, que passou informações sobre a redação ao filho. O jovem estava em Petrolina (PE), onde consultou professores antes de entrar no local para realizar a prova. A denúncia sobre o vazamento foi feita à polícia por um desses professores.
A professora, que era aplicadora das provas, e o marido podem pegar até seis anos de prisão.
Exame mantido
O Ministério da Educação (MEC) informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que deu por encerrada a questão do vazamento parcial do tema da redação. Com isso, segundo o MEC, a edição deste ano será mantida.
A exceção são os cerca de 2.800 alunos prejudicados com trocas do caderno de provas amarelas. Segundo o MEC, a prova para esta parcela de estudantes deverá ocorrer às 13 horas do dia 15 de dezembro.
O MEC afirmou em nota que "o caso apurado em Juazeiro está circunscrito a um estudante, e o procedimento administrativo padrão é a eliminação do candidato no exame". A nota alega que o sigilo do tema da redação foi mantido, pois a professora vazou um dos textos de apoio (cujo tema foi "O que é o trabalho escravo"), e não o tema principal da redação ("O trabalho na construção da dignidade humana").
"Isso não ocorreu por acaso. A elaboração do tema da redação é feita de tal forma que um simples olhar sobre o caderno de questões não é suficiente para identificá-lo. É preciso uma leitura atenta e acurada", acrescentou a nota.
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