O Paraná pode concentrar o maior número de casos de alunos que receberam provas amarelas com defeito durante a aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), de acordo com a assessoria de imprensa do MInistério da Educação (MEC). Uma análise das atas das provas deve ser concluída e divulgada até amanhã.
A análise irá identificar o número de alunos prejudicados e aptos a refazer a prova. "É um trabalho de garimpagem, de sala por sala, e assim convocaremos (esses alunos) para a prova, sem prejuízo ao calendário universitário", afirmou ontem o ministro Fernando Haddad, em audiência pública na Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, antes da decisão judicial que estende a todos os prejudicados o direitos de refazer a prova.
Segundo o presidente da comissão, o deputado federal Ângelo Vanhoni (PT-PR), a análise feita até agora não indica que o Paraná é o estado com o maior número de alunos que tiveram problemas. "Foi identificado um lote, cada um com 20 mil provas, com um número grande de provas amarelas com problemas de impressão. Mas ainda não dá para saber quais estudantes naquele dia conseguiram resolver o problema e trocar de prova, pois este trabalho corre em sigilo ainda", esclareceu.
De acordo com Vanhoni, a explicação dada pelo ministro durante a audiência deixou claro que os problemas no Enem são contornáveis e que o ministro se comprometeu em realizar uma sindicância interna no Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela aplicação do exame. "O MEC está tomando todas as providências para identificar os estudantes prejudicados e que dependem do resultado do Enem para decidir suas vidas", afirmou o deputado.
O processamento das 128 mil atas é rápido, disse Haddad, durante a audiência pública. Segundo o ministro, embora a maioria delas não revele ocorrências, o trabalho está sendo feito com cautela, "para que não escape nada". O MEC espera que a análise seja concluída até amanhã, para que a data da reaplicação parcial do Enem seja anunciada na próxima semana. De acordo com o ministro, o novo Enem será custeado pela gráfica RR Donnelley, que assumiu a responsabilidade por falhas na impressão.