Na espera
A deputada Rosane Ferreira (PV-PR) está otimista com relação à aprovação do projeto de lei e afirma contar com vários simpatizantes da proposta. "Deputados de outros estados percebem esta mesma situação e estão de acordo com a sugestão de unificar as datas", explica. O PL está em análise na Comissão de Educação.
O projeto de lei (PL) 5.326 de 2013, que tramita no Congresso Nacional, prevê que os vestibulares de todas as instituições federais de ensino superior ocorram em uma mesma data. A finalidade é dar mais chances de ingresso aos candidatos com menor possibilidade financeira. Segundo a deputada Rosane Ferreira (PV-PR), autora da proposta, mesmo com as cotas, o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e outras ações para democratizar o acesso ao ensino superior público, ainda é alto o índice de pessoas com condições de pagar uma instituição privada ocupando vagas nas universidades públicas.
Ela argumenta que as diferentes datas de vestibulares das federais dão aos candidatos com melhor situação econômica a oportunidade de circular pelos vestibulares de todo o país. "Esses vestibulandos ocupam as vagas daqueles que, por falta de condições financeiras, só teriam meios de disputá-las nas instituições públicas localizadas próximo de suas residências."
Como se trata apenas de um projeto, o assunto ainda não está na pauta de discussões da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e, segundo a coordenadora de Políticas de Ensino de Graduação, Maria Lucia Accioly, essa é uma decisão a ser tomada pelo Conselho Federal, caso a lei seja aprovada. Ela argumenta que, embora o turismo no vestibular realmente ocorra, no último vestibular, 86,9% dos convocados são oriundos do Paraná.
"Pelo menos aqui, a justificativa do turismo para realizar essa mudança não é tão relevante", diz. Na opinião da coordenadora, haverá perda para os estudantes por não poderem se candidatar a vários vestibulares. "Se o candidato tiver um problema e não conseguir fazer a prova naquele dia, perde a chance de tentar vaga em uma federal", argumenta.
Opinião
Para o diretor do curso Dom Bosco, Osvaldo Campos, essa alteração tem dois lados: aumenta as chances de quem não tem possibilidades de arcar com os custos da particular, porém, afeta a democratização do acesso ao ensino público. "Ter de fazer o vestibular em uma só, limita a possibilidade de aprovação. Certamente vai combater o turismo, mas não vai garantir o acesso justo." Para ele, a unificação de datas e de vagas seria a intervenção mais acertada. O diretor do pré-vestibular Acesso, Lawrence Chio, entende que, embora o candidato limite-se a apenas uma opção e tenha as chances reduzidas, unificar datas beneficiaria os estudantes da região e aumentaria a demanda nos cursinhos locais.
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