Os candidatos a uma vaga no curso de Medicina da Universidade Federal do Paraná (UFPR) terão que se adaptar a uma alteração nas provas do Vestibular 2007. A partir do próximo concurso não haverá questões de Biologia nas provas de segunda fase deste curso. No lugar, serão exigidos os conhecimentos de Filosofia, além dos de Química que já faziam parte do programa.
O anúncio foi feito nesta quinta-feira pelo reitor da UFPR, Carlos Augusto Moreira Júnior, e pelo coordenador acadêmico do Núcleo de Concursos, Erasmo Gruginski. A introdução de Filosofia e Sociologia no Vestibular 2007 estava prevista há três anos, por meio da resolução nº 25/06, do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão.
O reitor da UFPR reconhece que a alteração vai movimentar a vida dos vestibulandos. "Será uma mudança drástica no curso mais concorrido da universidade. Isso faz com que o candidato de Medicina se empenhe muito na Filosofia. Isso também pode mudar o perfil do candidato daqui para frente", diz. Moreira Júnior aproveita para dar um recado aos estudantes: "A Filosofia entrou no vestibular para valer. Candidatos, estudem".
O curso de Direito também exigirá conhecimentos em Filosofia na segunda fase, acrescida de questões de História. Até então, eles não participavam desta etapa do vestibular. O outro curso que terá Filosofia será o de mesmo nome. Além disso, o curso de Ciências Sociais passa a ter prova específica de Sociologia. Confira as mudanças em cada curso no site www.ufpr.br.
Justificativa
A coordenadora do curso de Medicina da UFPR, Claudete Reggiani, justificou na tarde desta quinta-feira a decisão de eliminar as questões de Biologia da segunda fase do vestibular. Segundo ela, a mudança partiu do colegiado e venceu com boa margem. "Saiu a Biologia porque o conteúdo do vestibular pede zoologia, botânica, coisas que o médico não vai precisar. Pensamos em pedir algo que o médico precisa ter e que o curso não poderá oferecer durante a graduação".
Claudete afirma que foi cogitado cobrar disciplinas como Matemática e Língua Estrangeira. "Mas decidimos filosofia porque o médico tem que pensar, ter uma visão mais ampla. A relação com a pessoa é muito mais que Biologia", explica. A coordenadora concorda que a mudança pode trazer um novo perfil de aluno para o curso. "Vai entrar uma pessoa que tem uma visão humanista e não fica restrita aos aspectos técnicos", conclui.
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