Como os pais podem ajudar?
É preciso que os pais também busquem conhecer a realidade dos cursos e do mercado de trabalho, para ajudar na decisão dos filhos. Veja como eles podem agir sem pressionar:
- Mostrar o cotidiano da profissão em que atua é importante, mas é preciso também apresentar outras opções, orientando sobre o mercado de trabalho e as oportunidades que cada profissão oferece, numa sociedade em constante evolução.
- É importante conhecer as universidades e os cursos para orientar na inscrição do vestibular, sabendo quais são as disciplinas que ele irá cursar e quais as oportunidades de estágio que ele poderá ter durante o curso.
- Conversar com psicólogos e orientadores vocacionais dos colégios é válido, para auxiliar nos testes e dinâmicas e também contribuir para o processo de autoconhecimento do filho, identificando as principais habilidades e a personalidade.
- É fundamental ter um diálogo aberto e deixar o vestibulando tranquilo para fazer a sua própria escolha, apoiando e não fazendo cobranças ou chantagens. Assim ele estará mais seguro tanto para tomar sua decisão quanto para as provas.
Fontes: Vera Regina Miranda e Luciana Albanese Valores, psicólogas e Alcy Pacheco Alberge, orientadora educacional do Colégio Dom Bosco.
Decidir qual será a futura profissão não é uma tarefa simples para os vestibulandos. Para alguns, porém, esta decisão se torna um pouco mais natural quando eles resolvem seguir a profissão dos pais ou de outros familiares e fazer jus ao ditado que diz que filho de peixe, peixinho é.
Esse foi o caso de Beatriz Maria Braga Rocha, que sempre conviveu com a rotina profissional de seu pai, que é dentista. "No ano passado comecei a frequentar mais o consultório e a encarar o trabalho como minha futura profissão. Acabei gostando", conta a estudante do terceirão. Ela, que tem dois irmãos mais velhos, nenhum deles dentista, garante que a decisão foi sua e que o pai nunca fez pressão na escolha do curso. "Eu vou fazer porque realmente gosto, estou bem decidida sobre o futuro profissional e ter meu pai como referência pode ajudar muito".
Para a psicóloga Vera Regina Miranda, este tipo de influência é comum e, desde que não haja pressão da família, não é negativa, pois o aluno encontra exemplos práticos da profissão e pode se familiarizar com a rotina, principalmente quando percebe que o pai gosta do trabalho. "Os pais têm um papel importante que é participar do processo de autoconhecimento do aluno, identificando se é realmente naquela área que ele pode se sair melhor", alerta. É importante também, segundo ela, que esta escolha não seja deixada pra última hora e que os pais acompanhem as decisões dos filhos.
Essa influência da família também aconteceu na casa de Lucas Gonçalves, que vai tentar Direito. Seu pai é recém-formado, sua mãe formou-se há quase 30 anos e trabalha como oficial de justiça e sua irmã também é bacharel em Direito e atua em um escritório. "Desde pequeno convivo com livros e o vocabulário específico desta área. Estou acostumado a ver meus pais e minha irmã conversando sobre os casos que aparecem na imprensa e eu sempre fui muito interessado", conta.
Para a mãe, Clamir, a decisão do filho é natural e não foi forçada. "Nós mostramos várias opções pra ele. O fato de ele estar acostumado a este clima dentro de casa pode ter influenciado, mas não de maneira direta." Ela afirma ainda que a área do Direito tem muitas opções para o mercado de trabalho e que Lucas pretende levar sua formação para a diplomacia. "Vou conciliar meu interesse pela área das relações internacionais e acredito que, tendo esse apoio em casa, meus pais podem me ajudar nos estudos", planeja o vestiba.
Reflexo do pai
Para Rodrigo Althoff, aluno do terceirão, acompanhar o pai nas experiências com Engenharia Elétrica sempre foi uma diversão e uma boa maneira de decidir pela profissão. "Encontrei um livro de eletricidade para crianças que eu lia com o meu pai. Montávamos circuitos e comecei a me interessar", afirma. O pai, Edson Althoff, garante que sempre deixou o filho à vontade para fazer sua escolha. "Faz algum tempo que ele decidiu pelo curso e eu só tenho que apoiar."
E você, vai seguir a carreira dos seus pais ou optar por outra? Conte para o Vestibular!
Siga o Vestibular no Twitter!
PT apresenta novo “PL da Censura” para regular redes após crescimento da direita nas urnas
Janjapalooza terá apoio de estatais e “cachês simbólicos” devem somar R$ 900 mil
Não há inflação baixa sem controle de gastos: Banco Central repete alerta a Lula
De 6×1 a 4×3: PEC da redução de jornada é populista e pode ser “armadilha” para o emprego
Deixe sua opinião