Decidir qual será a futura profissão não é uma tarefa simples para os vestibulandos. Para alguns, porém, esta decisão se torna um pouco mais natural quando eles resolvem seguir a profissão dos pais ou de outros familiares e fazer jus ao ditado que diz que filho de peixe, peixinho é.
Esse foi o caso de Beatriz Maria Braga Rocha, que sempre conviveu com a rotina profissional de seu pai, que é dentista. "No ano passado comecei a frequentar mais o consultório e a encarar o trabalho como minha futura profissão. Acabei gostando", conta a estudante do terceirão. Ela, que tem dois irmãos mais velhos, nenhum deles dentista, garante que a decisão foi sua e que o pai nunca fez pressão na escolha do curso. "Eu vou fazer porque realmente gosto, estou bem decidida sobre o futuro profissional e ter meu pai como referência pode ajudar muito".
Para a psicóloga Vera Regina Miranda, este tipo de influência é comum e, desde que não haja pressão da família, não é negativa, pois o aluno encontra exemplos práticos da profissão e pode se familiarizar com a rotina, principalmente quando percebe que o pai gosta do trabalho. "Os pais têm um papel importante que é participar do processo de autoconhecimento do aluno, identificando se é realmente naquela área que ele pode se sair melhor", alerta. É importante também, segundo ela, que esta escolha não seja deixada pra última hora e que os pais acompanhem as decisões dos filhos.
Essa influência da família também aconteceu na casa de Lucas Gonçalves, que vai tentar Direito. Seu pai é recém-formado, sua mãe formou-se há quase 30 anos e trabalha como oficial de justiça e sua irmã também é bacharel em Direito e atua em um escritório. "Desde pequeno convivo com livros e o vocabulário específico desta área. Estou acostumado a ver meus pais e minha irmã conversando sobre os casos que aparecem na imprensa e eu sempre fui muito interessado", conta.
Para a mãe, Clamir, a decisão do filho é natural e não foi forçada. "Nós mostramos várias opções pra ele. O fato de ele estar acostumado a este clima dentro de casa pode ter influenciado, mas não de maneira direta." Ela afirma ainda que a área do Direito tem muitas opções para o mercado de trabalho e que Lucas pretende levar sua formação para a diplomacia. "Vou conciliar meu interesse pela área das relações internacionais e acredito que, tendo esse apoio em casa, meus pais podem me ajudar nos estudos", planeja o vestiba.
Reflexo do pai
Para Rodrigo Althoff, aluno do terceirão, acompanhar o pai nas experiências com Engenharia Elétrica sempre foi uma diversão e uma boa maneira de decidir pela profissão. "Encontrei um livro de eletricidade para crianças que eu lia com o meu pai. Montávamos circuitos e comecei a me interessar", afirma. O pai, Edson Althoff, garante que sempre deixou o filho à vontade para fazer sua escolha. "Faz algum tempo que ele decidiu pelo curso e eu só tenho que apoiar."
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