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Filho de peixe| Foto:

Como os pais podem ajudar?

É preciso que os pais também busquem conhecer a realidade dos cursos e do mercado de trabalho, para ajudar na decisão dos filhos. Veja como eles podem agir sem pressionar:

- Mostrar o cotidiano da profissão em que atua é importante, mas é preciso também apresentar outras opções, orientando sobre o mercado de trabalho e as oportunidades que cada profissão oferece, numa sociedade em constante evolução.

- É importante conhecer as universidades e os cursos para orientar na inscrição do vestibular, sabendo quais são as disciplinas que ele irá cursar e quais as oportunidades de estágio que ele poderá ter durante o curso.

- Conversar com psicólogos e orientadores vocacionais dos colégios é válido, para auxiliar nos testes e dinâmicas e também contribuir para o processo de autoconhecimento do filho, identificando as principais habilidades e a personalidade.

- É fundamental ter um diálogo aberto e deixar o vestibulando tranquilo para fazer a sua própria escolha, apoiando e não fazendo cobranças ou chantagens. Assim ele estará mais seguro tanto para tomar sua decisão quanto para as provas.

Fontes: Vera Regina Miranda e Luciana Albanese Valores, psicólogas e Alcy Pacheco Alberge, orientadora educacional do Colégio Dom Bosco.

  • Lucas, a irmã, Ana Claudia, o pai, Eduardo, e a mãe, Clamir
  • Rodrigo Althoff fará, assim como o pai, Edson, Engenharia Elétrica

Decidir qual será a futura profissão não é uma tarefa simples pa­­ra os vestibulandos. Para alguns, po­­rém, esta decisão se torna um pou­­co mais natural quando eles re­­solvem seguir a profissão dos pais ou de outros familiares e fazer jus ao ditado que diz que filho de peixe, peixinho é.

Esse foi o caso de Beatriz Maria Braga Rocha, que sempre conviveu com a rotina profissional de seu pai, que é dentista. "No ano passado comecei a frequentar mais o consultório e a encarar o trabalho como minha futura profissão. Acabei gostando", conta a estudante do terceirão. Ela, que tem dois irmãos mais ve­­lhos, nenhum deles dentista, ga­­rante que a decisão foi sua e que o pai nunca fez pressão na escolha do curso. "Eu vou fazer porque realmente gosto, estou bem decidida sobre o futuro profissional e ter meu pai como referência pode ajudar muito".

Para a psicóloga Vera Regina Miranda, este tipo de influência é comum e, desde que não haja pressão da família, não é negativa, pois o aluno encontra exemplos práticos da profissão e pode se familiarizar com a rotina, principalmente quando percebe que o pai gosta do trabalho. "Os pais têm um papel importante que é participar do processo de autoconhecimento do aluno, identificando se é realmente naquela área que ele pode se sair melhor", alerta. É importante também, segundo ela, que esta escolha não seja deixada pra última hora e que os pais acompanhem as decisões dos filhos.

Essa influência da família também aconteceu na casa de Lucas Gon­­çalves, que vai tentar Direito. Seu pai é recém-formado, sua mãe formou-se há quase 30 anos e trabalha como oficial de justiça e sua irmã também é bacharel em Direito e atua em um escritório. "Desde pe­­queno convivo com livros e o vocabulário específico desta área. Estou acostumado a ver meus pais e minha irmã conversando sobre os casos que aparecem na imprensa e eu sempre fui muito interessado", conta.

Para a mãe, Clamir, a decisão do fi­­lho é natural e não foi forçada. "Nós mostramos várias opções pra ele. O fa­­to de ele estar acostumado a este cli­­ma dentro de casa pode ter in­­flu­en­ciado, mas não de maneira di­­reta." Ela afirma ainda que a área do Direito tem muitas opções para o mercado de trabalho e que Lucas pretende le­­var sua formação para a di­­plomacia. "Vou conciliar meu interesse pela área das relações internacionais e acredito que, tendo esse apoio em casa, meus pais podem me ajudar nos estudos", planeja o vestiba.

Reflexo do pai

Para Rodrigo Althoff, aluno do terceirão, acompanhar o pai nas experiências com Engenharia Elétrica sempre foi uma diversão e uma boa maneira de decidir pela profissão. "Encontrei um livro de eletricidade para crianças que eu lia com o meu pai. Montávamos circuitos e comecei a me interessar", afirma. O pai, Edson Althoff, garante que sempre deixou o filho à vontade para fazer sua escolha. "Faz algum tempo que ele decidiu pelo curso e eu só tenho que apoiar."

E você, vai seguir a carreira dos seus pais ou optar por outra? Conte para o Vestibular!

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