Mesmo com um recorde de inscrições (mais de 1 milhão de candidatos), o Programa Universidade para Todos, o ProUni, registrou uma sobra de 4% nas bolsas. Nesta edição foram ofertadas 123 mil bolsas, entre integrais e parciais, mas foram 117,6 mil os estudantes convocados em primeira chamada para preenchê-las, resultando em 5.526 bolsas não preenchidas. O número de vagas ociosas pode aumentar ainda mais, já que a efetivação da matrícula depende da comprovação dos critérios de renda exigidos, o que nem sempre ocorre.
Grande parte das bolsas que não foram preenchidas 87% é referente a cursos de educação à distância. As bolsas parciais, em que o estudante ganha um desconto de 50% na mensalidade, representam um alto número das sobras, também 87%.
Segundo Elizabeth Balbachevsky, professora da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisadora do tema, a sobra de vagas está ligada à própria característica do programa. "O ProUni procura um estudante com perfil raro porque ele precisa ter um desempenho de mediano para bom no Enem, que tem se tornado uma prova cada vez mais difícil e competitiva. Ao mesmo tempo, o candidato precisa ter uma renda muito baixa. São critérios bastante exigentes", avalia. Os 117 mil estudantes pré-selecionados no ProUni têm até o dia 4 de fevereiro para comprovar as informações nas instituições de ensino em que foram selecionados.
