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O Teatro Paiol foi o palco do Papo Universitário, que reuniu especialistas para debater sobre drogas | Fotos: Pedro Serápio/Gazeta do Povo
O Teatro Paiol foi o palco do Papo Universitário, que reuniu especialistas para debater sobre drogas| Foto: Fotos: Pedro Serápio/Gazeta do Povo

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  • A estudante Sônia disse que aprendeu muito com o tema
  • Stuart Oliboni e sua namorada Luiza acompanharam o debate

Na última quinta-feira, o Teatro Paiol foi mais uma vez palco do Papo Uni­versitário da Gazeta do Povo. O tema desta vez foi o crack, você pode ser a próxima vítima. O médico psiquiatra Dagoberto Requião, o delegado da Polícia Federal Wagner Mesquita de Oliveira, o Tenente Dalton Pero­vano e o psicólogo Guilherme do Valle foram os especialistas convidados para o evento. Eles debateram os efeitos da droga e suas consequências, buscaram despertar no público o senso crítico e também responderam perguntas da plateia.

O bate-papo começou com um vídeo de um ex-usuário de apenas 13 anos. A partir do depoimento, os especialistas afirmaram que as drogas lícitas continuam sendo a principal porta de entrada para o crack e que as crianças fazem o primeiro contato com o álcool cada vez mais cedo. Para o psicólogo Guilherme do Valle o problema das drogas também envolve a distorção de valores em uma sociedade cada vez mais voltada para o consumo.

A plateia também participou do debate, com perguntas. O administrador e estudante de pós-graduação em Gestão de Pessoas Stuart Oliboni, de 27 anos. conta que usou crack durante um ano e meio e está há cinco anos em recuperação. "Você perde tudo. Deixei de ir às aulas e comecei a vender objetos pessoais. Ainda há muito preconceito e a recuperação é muito difícil, me considero uma exceção", afirma.

A estudante de pedagogia Sônia Stasiak, de 32 anos, afirma que ficou muito interessada na discussão sobre o crack pois seus efeitos podem ser sentidos em sala de aula, com problemas de aprendizagem nos alunos que convivem com usuários. "Nós percebemos alterações no comportamento de crianças com pais dependentes. Tivemos um caso no colégio em que trabalho. Chamamos os pais, mas eles não apareceram, então tivemos de encaminhar a criança para o Conselho Tutelar", conta.

Outros temas polêmicos fizeram parte do papo. Sobre a punição aos usuários e traficantes, o delegado Wagner Mesquita afirmou que a legislação brasileira não permite a prisão do usuário e que as autoridades buscam encaminhá-los para tratamento em clínicas especializadas. Como forma de prevenção ao tráfico e ao uso, o Tenente Perovano citou a presença e ampliação do policiamento comunitário como maneira mais eficaz de atuar dentro das comunidades. Ao final do papo, os convidados afirmaram que o problema das drogas e do crack na sociedade deve ser uma preocupação de todos e que o combate deve ser intensificado.

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