A Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, dispensa apresentações. Pelo quinto ano consecutivo, a instituição foi considerada a melhor do mundo por um ranking chinês, organizado pela Sanghai Ranking Consultancy, que avalia cerca de 500 faculdades de ponta. Mas o que muitos não sabem é que existe a possibilidade de ter um diploma de graduação ou de mestrado de Harvard sem participar dos temidos (e burocráticos) processos seletivos.
A Escola de Extensão de Harvard oferece cursos de graduação em Artes Libeirais, e de pós-graduação em áreas como Biologia, Relações Internacionais, História e Filosofia. Para se inscrever, basta que estudantes enviem alguns documentos, que incluem histórico escolar, diploma e certificado de proficiência em inglês. Isso mesmo: não há qualquer processo seletivo.
Os cursos têm como foco os alunos com mais de 21 anos, no caso da graduação e, no mestrado, os profissionais que estão fora da academia há alguns anos.
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Funciona assim: o aluno se inscreve no curso, envia a documentação e escolhe duas disciplinas eletivas, além de uma obrigatória. No caso do mestrado, ele deve apresentar seu projeto de pesquisa ao final da terceira matéria. A partir daí, ele é considerado um aluno pleno. Na graduação, a lógica é parecida.
Parece complicado, mas não é. O historiador Marlon Pevidor Meira, que começou a fazer mestrado em História este ano, garante que o processo de matrícula é fácil.
“Universidade é dividida em diversas escolas, cada uma com sua forma de seleção. Na Escola de Extensão, apresento meu projeto lá na terceira disciplina, depois de ter conversado muito com minha orientadora. Isso dá uma segurança a mais”, disse à Gazeta do Povo.
Marlon, que mora no Brasil, conta que precisa fazer 12 disciplinas em até cinco anos. No entanto, o estudante é livre para escolher as que mais lhe interessam. “As matérias são independentes e posso ir cursando no meu ritmo. Escolhi cinco presenciais e sete à distância e pretendo concluir o mestrado em dois anos”, afirma.
Em relação às disciplinas à distância, Marlon explica que as aulas acontecem todas as semanas por meio de videoconferência. “É como se fosse um curso normal. Como ele é realizado ao vivo, posso conversar e tirar dúvidas com o professor e com os colegas. É tudo muito organizado e pontual. Além disso, o acompanhamento que recebemos dos orientadores é excelente”.
Custo
O custo total chega a 50 mil dólares (cerca de 160 mil reais) para a graduação e 35 mil dólares (112 mil reais) para o mestrado. É muito, mas bem mais em conta do que os cursos tradicionais de Harvard. Mesmo para quem não pretende se formar, as disciplinas estão disponíveis de forma avulsa, ao custo de 1.800 dólares (graduação) e 2.700 dólares (pós-graduação).
“Mudou a minha vida”
A economista Cecilia Pessanha estuda na Harvard Kennedy School, que não tem o método simplificado de admissão. A mestranda em Administração Pública, que conseguiu uma bolsa de estudos pela Fundação Lemann, diz que a experiência de entrar na melhor universidade do mundo é indescritível.
“Estudar em Harvard mudou a minha vida de uma forma que não imaginava. Frequentar um lugar com a infraestrutura e diversidade de pensamentos que a instituição oferece é incrível. Temos pessoas do mundo inteiro, com experiências e pensamentos completamente diferentes do meu. Isso foi o que mais me impactou”, disse.
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Embora o processo seletivo da Harvard Kennedy School seja mais difícil (é necessário fazer uma prova de lógica, uma redação e enviar três cartas de recomendação), Cecilia garante que não é impossível ser aceito. Para ela, o mais importante é montar uma estratégia antes mesmo de realizar a inscrição no mestrado.
“Você precisa passar a imagem de que é interessante para Harvard ter você entre os alunos. Por isso, é necessário pensar em como as etapas do processo seletivo podem te ajudar nisso. No meu programa, por exemplo, os avaliadores costumam preferir estudantes com boa capacidade quantitativa e matemática. Por isso, pedi para meu antigo chefe fazer uma carta dizendo que eu era boa realizando procedimentos financeiros e que eu tinha perfil analítico”.
Harvard no Brasil
Harvard tem um escritório na capital de São Paulo. O objetivo é incentivar a vinda de professores e estudantes americanos para o Brasil. Desde 2006, cerca de 265 docentes e 952 alunos de Harvard já participaram de projetos ou pesquisas no país.
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